O mercado do feijão carioca completou a quarta semana consecutiva de baixa liquidez e movimentação limitada. Segundo o analista de Safras & Mercado, Gabriel Viana, as mercadorias de qualidade superior, como os feijões extra, continuam escassas e seguem sendo bastante demandadas, mas sem resultarem em negócios efetivos.
Nesta sexta-feira (13), cerca de 150 toneladas estavam disponíveis para comercialização, sendo a maior parte composta por lotes classificados como notas 8 e 8,5.
De acordo com Viana, devido à ausência de negócios, os preços permanecem apenas como referência no mercado atacadista de São Paulo. As indicações para o tipo 9 (extra) variaram entre R$ 275,00 e R$ 285,00 por saca. Para o tipo 8,5, os valores ficaram entre R$ 240,00 e R$ 250,00 por saca, enquanto o tipo 8 foi de R$ 210,00 a R$ 225,00. Já o tipo 7,5 teve registros pontuais a R$ 185,00 por saca.
Conforme o analista, o avanço da oferta interestadual tem pressionado ainda mais o mercado paulista. “Estados como Goiás, Minas Gerais e Paraná vêm oferecendo feijão a preços mais competitivos e com frete incluso, o que tem dificultado o escoamento da produção local e pode reforçar a tendência de queda nos preços nos próximos dias”, relatou.
Ele também destacou que a falta de propostas firmes, aliada ao avanço da oferta interestadual e à baixa demanda, mantém o mercado retraído. “Corretores relatam crescente dificuldade em sustentar os preços atuais e alertam para a possibilidade de novas desvalorizações, caso a procura não reaja”, apontou.
Feijão preto
Já o mercado do feijão preto segue com ritmo lento e baixa efetividade nas negociações, apesar do aumento na circulação de amostras, especialmente de lotes comerciais com níveis variados de qualidade. “A maioria das ofertas envolve grãos com boa apresentação, embora também haja presença de mercadorias com impregnação, o que compromete a uniformidade da oferta”, indicou Viana.
O analista afirmou que preços para feijões comerciais variaram entre R$ 130,00 e R$ 140,00 por saca, mas até o fechamento da semana não houve registro de vendas. Já o feijão preto extra, maquinado e a granel, teve avanço pontual, com quatro cargas de pequeno volume negociadas com comerciantes da região do Brás, em São Paulo. O preço médio nessas operações foi de R$ 200,00 por saca.
Apesar da tímida movimentação, o segmento do feijão preto mostra sinais leves de reação, principalmente com as vendas pontuais de produtos extras. “No entanto, o mercado ainda enfrenta baixa demanda e falta de liquidez, mantendo-se sob um cenário instável e com preços pressionados”, concluiu Viana.
Luciana Abdur – luciana.abdur@safras.com.br (Safras News)
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