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Com vendedores firmes e demanda seletiva, mercado do feijão segue travado

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O mercado brasileiro de feijão carioca teve uma semana marcada por baixa liquidez e ritmo extremamente lento nas negociações. Segundo o analista de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, parte expressivas das cargas acabou retornando à origem ou sendo armazenadas na zona cerealista, principalmente em São Paulo.

 

“A demanda seguiu concentrada em feijões de melhor qualidade (extra 9 e 9,5), com preferência por grãos de escurecimento lento. No entanto, mesmo diante da oferta restrita, compradores se mostraram resistentes em adquirir volumes maiores, adotando uma postura especulativa e pontual nas aquisições”, apontou.

 

De acordo com o analista, os produtores optaram por manter os estoques, recusando-se a negociar com deságio. Esse comportamento tem sustentado os preços, que permanecem estáveis, embora muitas vezes apenas nominais, devido à falta de referências reais de mercado. No fim da semana, corretores demonstraram mais flexibilidade nos preços, buscando tentativas pontuais.

 

As cotações do feijão tipo extra variaram entre R$ 305 e R$ 320 por saca, com destaque para o Dama 9,5. No Sul do Paraná, os valores variaram entre R$ 266 e R$ 268/sc, enquanto em Goiás e Minas Gerais ficaram de R$ 240 a R$ 270/sc. Para o padrão 8,5, mais abundante, os preços foram de R$ 240 a R$ 280/sc. Já os feijões de padrão comercial (7,5 a 8) foram negociados entre R$ 190 e R$ 220/sc, com lotes abaixo dessa faixa em casos de urgência.

 

“O cenário geral do mercado segue de equilíbrio frágil: sem força suficiente para subir e

sem fundamentos para quedas relevantes. A retomada das vendas depende de uma reação mais firme do varejo ou de demandas regionais por reabastecimento”, estimou Oliveira.

 

Feijão preto

 

Ainda conforme o analista, o mercado do feijão segue pressionado perante a entrada da colheita da nova safra 2024/25, com cerca de 45% da área colhida no Paraná e 55% no Rio Grande do Sul – somada à presença de estoques da safra anterior. A combinação tem resultado em excedente e intensificado a concorrência entre vendedores.

 

“Apesar da abundância, produtores adotam a estratégia de retenção, armazenando os grãos para evitar vendas com deságio. Ainda assim, há liquidações forçadas por necessidade de caixa, especialmente entre produtores com menor capacidade de estocagem”, apontou.

 

Oliveira explicou que a demanda segue cautelosa, com foco na compra imediata e preferência por feijão limpo, padronizado e de boa aparência. Lotes fora desse padrão enfrentam dificuldades de escoamento e preços mais baixos. A liquidez segue reduzida, e as cotações são em grande parte nominais.

 

Os preços variam conforme a qualidade e a praça: Sul do PR: R$ 125127/sc (pontualmente até R$ 140/sc para produtores com margem positiva); Noroeste do PR: R$ 127129/sc (FOB); Nordeste Gaúcho: R$ 135137/sc (FOB); Curitiba (Tipo 1): R$ 132134/sc; Interior de SP (boa qualidade): R$ 152155/sc (FOB); CIF São Paulo: R$ 150175/sc, dependendo do padrão. Feijões com padrão inferior continuam com escoamento difícil, operando entre R$ 100 e R$ 130/sc FOB.

 

Exportações

 

Entre janeiro e abril de 2025, o Brasil exportou 44,9 mil toneladas de feijão, gerando US$

42,57 milhões em receita, o que revela um desempenho superior ao do mesmo período do ano passado. Ainda assim, as vendas externas ainda não são suficientes para aliviar os estoques internos nem destravar o mercado.

 

Com o câmbio favorável e excedentes elevados, o setor já mira o mercado internacional como possível válvula de escape a partir do segundo semestre. Por enquanto, porém, não há indícios concretos de novos embarques no curto prazo.

 

O analista também indicou que o mercado do feijão segue preso a uma neutralidade. De um lado, a pressão de oferta impede avanços nos preços. “De outro, a firmeza dos produtores limita quedas mais acentuadas. A liquidez só deverá ganhar tração com uma reativação do consumo interno ou avanço significativo das exportações”, completou.

 

Ritiele Rodrigues – ritiele.rodrigues@safras.com.br (Safras News)

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