O mercado brasileiro de feijão atravessou a semana em compasso de espera, com baixa liquidez, poucos negócios reportados e cotações estáveis. Segundo o analista de Safras & Mercado, a chegada do feriado de Corpus Christi contribuiu para desacelerar ainda mais a atividade comercial, num cenário que já vinha mostrando pouca tração por parte da demanda e uma oferta contida.
A combinação de estoque confortável no atacado, retração no varejo e ausência de estímulos para reposição continua ditando o ritmo do setor. O mercado segue operando de forma pontual, com compradores priorizando lotes mais baratos e com menor padrão de qualidade, o que limita qualquer tentativa de valorização dos preços, explicou.
No segmento de feijão carioca, a semana foi marcada pela estagnação. Mesmo com certa escassez de produtos de padrão superior – tipos 9 e 9,5 praticamente não apareceram nas praças de comercialização -, a ausência de compradores impediu qualquer movimento altista. As poucas ofertas se concentraram em grãos de tipo 7,5 a 8,5.
A cautela dos compradores é evidente. Eles estão fazendo apenas a reposição necessária, o que mantém o mercado travado mesmo com uma oferta mais ajustada, analisa Viana.
Na segunda-feira (16), por exemplo, apenas 444 toneladas foram ofertadas, com vendas pontuais: tipo 9 a R$ 290/saca e tipo 8,5 a R$ 240/saca. A tendência de esvaziamento se acentuou com a proximidade do feriado. Na quarta-feira (18), a oferta caiu ainda mais – cerca de 6.300 sacas, a maioria remanescente de sessões anteriores – e não houve registros de vendas até o fim da manhã.
Os negócios não avançam porque a ponta compradora está ausente e os vendedores não querem ceder nos preços para evitar perdas, destaca o analista.
Feijão preto
No mercado de feijão preto, a situação também foi de estabilidade. Durante toda a semana, os volumes comercializados foram baixos e limitados a compradores interessados em pequenos lotes para reposição imediata.
O equilíbrio entre oferta e demanda ainda é o principal fator de sustentação dos preços do feijão preto. Mas a falta de apetite dos compradores impede qualquer avanço nas negociações, comentou Viana.
Nem mesmo as condições climáticas adversas no Sul do país – tradicional polo de produção do feijão preto – foram capazes de alterar a dinâmica de preços no curto prazo. A expectativa do setor segue condicionada ao ritmo de vendas no varejo e à entrada de novos lotes.
Por ora, não há sinal de virada. O mercado permanece estável, mas em compasso de espera, concluiu o analista da Safras & Mercado.
Ritiele Rodrigues – ritiele.rodrigues@safras.com.br (Safras News)
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