Porto Alegre, 4 de julho de 2025 – O mercado internacional de açúcar teve um mês de perdas severas em junho, estendendo o tom negativo de maio. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), balizadora do mercado internacional, os contratos com entrega em outubro do açúcar bruto fecharam a sessão do dia 30 de junho a 16,20 centavos de dólar por libra-peso, ante 17,23 centavos em 30 de maio, uma queda de 6%, com o mercado futuro se mantendo nos níveis mais baixos em mais de quatro anos.
O mercado foi pressionado em junho principalmente por perspectivas cada vez mais favoráveis para as safras 2025/26 de importantes origens da Ásia, notadamente a Índia, diante das chuvas de monção que chegaram mais cedo neste ano e impulsionarão o desenvolvimento dos canaviais.
No Brasil, mais precisamente no Centro-Sul, a proporção de cana usada para produzir açúcar aumentou para 51,5% na primeira quinzena de junho, ante 49,7% no ano anterior, segundo dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), uma sinalização clara de que o adoçante continua mais rentável que o etanol para as usinas apesar da queda nos preços.
Mas o mês não foi somente de notícias negativas para o mercado de açúcar. Também no Brasil, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina de 27% para 30%, conhecido como E30. A demanda adicional de etanol anidro deverá ser 1,65 bilhão de litros nos doze meses seguintes, o que enxugará a oferta de etanol anidro e de etanol hidratado e reforçará a atual pressão de alta sobre os preços do mesmo, disse o analista Maurício Muruci. Com o etanol mais competitivo, a tendência é que as usinas direcionem mais cana para a produção do biocombustível, reduzindo a produção de açúcar, com potencial para fazer as cotações futuras do adoçante reagirem.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – SAFRAS News
Copyright 2025 – Grupo CMA