Preços mistos de suínos nos últimos dias criam ambiente acirrado entre frigoríficos

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carne suína

     Porto Alegre, 28 de outubro de 2022 – Os preços do suíno estiveram mistos ao longo dos últimos dias. O ambiente de negócios envolvendo o quilo vivo permanece acirrado, com frigoríficos cautelosos e reticentes quanto a preços.

     Segundo o Analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, os protestos e bloqueios foram pontos que afetaram o mercado na última semana e no início desta. “O escoamento da carne está melhorando, com expectativas positivas para demanda das próximas semanas, contudo, o preço da carcaça e dos principais cortes reagiram pouco nesta quinzena”, afirma. O vivo tende a experimentar altas até o fim do mês, porém, em dezembro pode encontrar dificuldade, uma vez que indústrias e varejistas estarão com estoques posicionados para o fechamento de ano, com busca de ajustes apenas.

Preços

     Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou a média de preços do quilo do suíno vivo no país recuou 0,18% na semana, passando de R$ 6,38 para R$ 6,36. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado caiu de R$ 10,41 para R$ R$ 10,37, retração de 0,41%. A carcaça teve alta de 1,36% na semana, passando de R$ 10,08 para R$ 10,21.

     A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo avançou de R$ 135,00 para R$ 136,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo se manteve em R$ R$ 5,50. No interior do estado a cotação ficou inalterada em R$ 6,55.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração não se alterou, continuando em R$ 5,60. No interior catarinense, a cotação reduziu de R$ 6,65 para R$ 6,50. No Paraná o quilo vivo se manteve em R$ 6,65 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo também ficou estável em R$ 5,30.

     No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande teve baixa de R$ 6,35 para R$ 6,25 e na integração o preço ficou inalterado em R$ 5,50. Em Goiânia, o preço aumentou de R$ 6,90 para R$ 7,00. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno permaneceu em R$ 7,20. No mercado independente o preço evoluiu de R$ 7,40 para R$ 7,50. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis teve baixa de R$ 6,30 para R$ 6,25. Já na integração do estado o quilo vivo continuou em R$ 5,50.

Oferta de carne suína tende a seguir elevada

     A oferta de carne suína no Brasil tende a seguir elevada em 2023, segundo a avaliação do analista e consultor de carne suína de SAFRAS & Mercado, Allan Maia. Ele realizou palestra há pouco durante o segundo dia do 4a SAFRAS Agri Week. Segundo a SAFRAS Consultoria, a disponibilidade interna de carne suína deve ficar em 4,145 milhões de toneladas no próximo ano, 3,9% acima do volume previsto para ser ofertado neste ano.

     Para Maia, o Brasil não fez o trabalho de reduzir a produção, fator que está causando a saída de vários produtores independentes da atividade, mesmo com o setor trabalhando com um custo de produção elevado, acima dos valores recebidos pelos produtores pelo quilo vivo do suíno. “Até houve uma elevação do preço médio do suíno vivo, hoje situado ao redor de R$ 6,50 no Centro-Sul do Brasil, mas o custo gira ao redor de R$ 7,50, gerando uma margem negativa para a atividade, o que impede as tentativas de uma retomada no preço”, explica.

     O consultor ressalta que as compras de carne suína do Brasil até vêm sendo positivas, pelo fato dos preços estarem bastante atrativos se comparados a outros países exportadores, o que contribuiu para o aumento das importações por parte das Filipinas, Cingapura, Vietnã e Japão. Para 2023, SAFRAS estima que as exportações de carne suína do Brasil devem atingir 1,072 milhão de toneladas, 0,9% abaixo do volume previsto para este ano.

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Yasmim Borges (yasmim.borges@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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