Porto Alegre, 30 de maio de 2025 – O mercado internacional de açúcar teve um mês de perdas em maio, estendendo o tom negativo de abril. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), balizadora do mercado internacional, os contratos com entrega em julho do açúcar bruto fecharam a sessão do dia 29 de maio a 17,00 centavos de dólar por libra-peso, ante 17,25 centavos em 30 de abril, uma queda de 1,44%. Os futuros afundaram para uma mínima de quase quatro anos, a 16,81 centavos
O mercado foi pressionado em maio por expectativas de amplas ofertas globais ao longo de 2025/26. Conforme estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), A produção global de açúcar deverá crescer para 189,318 milhões de toneladas na temporada 2025/26, ante 180,754 milhões de toneladas em 2024/25, ou 4,73%. Em seu relatório semestral de acompanhamento do mercado internacional de açúcar, o USDA projetou que a demanda global do adoçante totalizará 177,921 milhões de toneladas em 2025/26, ante as 175,435 milhões de toneladas apontadas para 2024/25 (alta de 1,4%).
Assim, o mercado internacional de açúcar terá que lidar com um excedente de oferta de 11,397 milhões de toneladas em 2025/26, após excedente de 5,319 milhões de toneladas em 2024/25.
Do lado da produção, os crescimentos projetados para o Brasil e Índia deverão compensar amplamente a menor produção da União Europeia. Já as exportações estão em queda, com a expectativa de embarques menores da União Europeia e da Tailândia. Os estoques finais devem aumentar, principalmente devido à Índia e à China.
A produção brasileira deverá aumentar 1,0 milhão de toneladas, atingindo um recorde de 44,7 milhões, com expectativa de maior produtividade devido ao clima favorável nas lavouras de cana-de-açúcar. A composição da produção de açúcar/etanol deverá favorecer o etanol em relação à temporada anterior, caindo de 51% para 49% para o açúcar e aumentando de 49% para 51% para o etanol.
A produção da União Europeia deverá cair 9%, para 15,0 milhões de toneladas, já que a área de beterraba deverá recuar 10%, principalmente entre os principais produtores, como França e Alemanha. O consumo e os estoques finais permanecem relativamente inalterados em relação ao ano anterior. As importações estão em alta, com a produção menor, enquanto as exportações estão previstas para queda.
Na Ásia, a previsão é de que a produção da Tailândia aumente 2%, para 10,3 milhões de toneladas, devido ao aumento da produção de cana e da produtividade. O consumo doméstico continua crescendo na Tailândia, mas a um ritmo mais lento, devido à menor demanda de processadores de alimentos voltados para a exportação. A previsão é de queda nas exportações devido à concorrência de outros grandes exportadores, como o Brasil, enquanto os estoques devem permanecer estáveis.
A produção da Índia deve aumentar mais de 25%, para 35,3 milhões de toneladas, devido ao clima favorável e ao aumento da área de cana. O consumo deve aumentar, impulsionado pelo crescimento do setor de serviços alimentícios, enquanto as exportações e os estoques devem aumentar com o aumento da oferta.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – SAFRAS News
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