Preços dos suínos tiveram retração no Brasil durante o mês de novembro

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carne suína

     Os preços dos suínos patinaram em praticamente todo o mês de novembro. Os frigoríficos atuaram de maneira comedida na compra dos animais e, especialmente, em relação a preços, avaliando o quadro do atacado.

     Segundo o Analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, o escoamento da carne não avançou de maneira contundente, possibilitando reajustes dos cortes. “O quadro de mercado leva ao entendimento que as indústrias e varejistas já estão posicionadas em estoques para a demanda de fim de ano”, afirma. A expectativa para o consumo no curto prazo é positiva devido a capitalização das famílias, com entrada de salários e décimo terceiro na economia. Além da dificuldade em relação a preços, o setor segue preocupado com o custo de produção.

Preços

     Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou a média de preços do quilo do suíno vivo no país recuou 2,11% no mês, passando de R$ 6,45 para R$ 6,32. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado caiu de R$ 10,57 para R$ R$ 10,29, retração de 2,64%. A carcaça teve baixa de 1,47% no mês, passando de R$ 10,18 para R$ 10,03.

     A análise mensal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo caiu de R$ 138,00 para R$ 134,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo estagnou em R$ 5,50. No interior do estado a cotação teve baixa de R$ 6,70 para R$ 6,50.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração não se alterou, continuando em R$ 5,60. No interior catarinense, a cotação caiu de R$ 6,75 para R$ 6,40. No Paraná o quilo vivo diminuiu de R$ 6,75 para R$ 6,50 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo ficou estável em R$ 5,30.

     No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande sofreu retração de R$ 6,45 para R$ 6,25 e na integração o preço ficou inalterado em R$ 5,50. Em Goiânia, o preço ficou estável em R$ 7,00. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno diminuiu de R$ 7,30 para R$ 7,25. No mercado independente o preço continuou em R$ 7,50. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis teve uma queda de R$ 6,40 para R$ 6,25. Já na integração do estado o quilo vivo continuou em R$ 5,50.

     O pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Osmar Dalla Costa, destacou, em entrevista à Agência SAFRAS durante o Avisulat 2022 – VI Congresso e Central de Negócios Brasil Sul de Avicultura, Suinocultura e Laticínios, na Fiergs, em Porto Alegre (RS), que a migração do sistema de alojamentos de matrizes começou nos anos 2000 e vem evoluindo numa escala mais rápida do que se pensava. Se estima que hoje que 60% a 65% das empresas produtoras de suínos já tem suas granjas adaptadas para as baias coletivas, atendendo a legislação brasileira e internacional, afirma.

     Osmar ressalta que, dentro desses 20 anos, houve um processo de evolução bastante grande no alojamento nas baias coletivas. “Inicialmente nós pensávamos que tinham de ser baias coletivas com estações de alimentação. Hoje estamos vendo que se pode produzir a mesma quantidade de suínos, com o mesmo bem-estar animal com o sistema mini box, onde as matrizes ficam de 28 a 35 nas celas de gestação e depois vão para as baias coletivas no sistema mini box. Os índices de produtividade não diminuíram e em algumas granjas até aumentaram de modo geral”, explica.

     O pesquisador informa que, daqui para frente, é preciso ficar de olho sobre qual será o sistema de alojamentos para maternidade. Esse vai ser um próximo desafio. “Não podemos deixar que a Europa determine isso. Temos de desenvolver um sistema com as nossas características, com a nossa mão-de-obra. As gaiolas de parição que nós temos vão durar mais um certo tempo, mas vão mudar. Vai ter pressão da sociedade nesse sentido. Então nós temos de ficar de olho para as novas transformações e as mudanças daqui para frente”, analisa.

Exportações

     As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 217,090 milhões em novembro (20 dias úteis), com média diária de US$ 10,854 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 84,881 mil toneladas, com média diária de 4,244 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.557,60.

     Em relação a novembro de 2021, houve alta de 30,2% no valor médio diário, ganho de 14,8% na quantidade média diária e avanço de 13,4% no preço médio. Os dados são do Ministério da Economia e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Yasmim Borges (yasmim.borges@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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