Porto Alegre, 04 de julho de 2025 – O mercado internacional de café foi marcado por quedas nas cotações em junho. Nas bolsas de Nova York para o arábica e de Londres para o robusta, que balizam a comercialização, o mercado refletiu indicações e sentimentos de melhora na oferta global. Muito esteve ligado com a sazonalidade da entrada da safra brasileira. No maior país produtor e exportador do mundo, a colheita fluiu, embora com momentos de lentidão por chuvas, mas isso pesou sobre os preços.
No conilon/robusta, o mercado foi bastante pressionado. A safra brasileira de 2025 é uma grande safra para o conilon, possivelmente recorde, com problemas no potencial produtivo do arábica devido às condições climáticas desfavoráveis de 2024, especialmente. O momento também foi de pressão com a entrada da safra de robusta da Indonésia. Para completar, as informações são de condições gerais boas climáticas para a safra de robusta do Vietnã, que será colhida mais para o final do ano.
Para o arábica, em que pese a indicação de uma safra brasileira aquém do potencial, as informações gerais também são positivas. A produção tende a ser melhor que as previsões preliminares. E isso é outro aspecto baixista para o mercado.
O relatório semestral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe esse sentimento de que os estoques estão de fato bem apertados, mas a oferta global traz um alívio na temporada 2025/26. A produção mundial de café em 2025/26 deverá totalizar um recorde de 178,68 milhões de sacas de 60 quilos, contra 174,395 milhões de sacas na temporada anterior, o que representa um aumento de 2,5%, segundo o USDA.
O consumo total de café em 2025/26, segundo o USDA, deverá atingir 169,363 milhões de sacas, contra 166,515 milhões de sacas na temporada anterior, aumento de 1,7%. Assim, haverá superávit na oferta de 9,317 milhões de sacas em 2025/26, no comparativo com 7,88 milhões de sacas de superávit em 2024/25. O USDA apontou que os estoques finais totais de café em 2025/26 seguirão apertados, em 22,819 milhões de sacas, no comparativo com 21,752 milhões de sacas dos estoques finais de 2024/25.
Assim, o resumo de junho mostrou uma maior tranquilidade no mercado global em relação à oferta de café. Há preocupações também com o consumo mundial, diante do arrefecimento nas compras nesse período de verão no Hemisfério Norte e com o desaquecimento da economia global, levando-se também em conta as tensões geopolíticas. E isso pressionou as cotações, em que pese o fato de que os estoques seguem bem ajustados, o que é um aspecto de suporte às cotações do café.
No balanço de junho, na Bolsa de NY, o contrato setembro do café arábica acumulou baixa de 11,7%, recuando de 339,80 centavos de dólar por libra-peso no último dia de maio para 300,10 centavos de dólar por libra-peso ao final de junho. O robusta em Londres acumulou perda de 18,9% no contrato setembro.
No mercado físico brasileiro de café, as cotações acompanharam a tendência global. Ainda houve a pressão com a queda do dólar, que no comercial acumulou desvalorização de 5% em junho. A pressão sazonal com a colheita do café é inevitável. Porém, os produtores resistiram, mostrando que estão capitalizados diante das cotações historicamente elevadas ultimamente, e mantiveram um ritmo cadenciado na comercialização.
O café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais fechou junho a R$ 1.850,00 a saca na base de compra, com queda 20,6% no comparativo com o fim de maio. Já o conilon, tipo 7, em Vitória/Espírito Santo, acumulou em junho queda de 22,1%, fechando o mês em R$ 1.095,00 a saca.
Acompanhe a Safras News em nosso site. Siga-nos também no Instagram, Twitter e SAFRAS TV e fique por dentro das principais notícias do agronegócio!
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência Safras News
Copyright 2025 – Grupo CMA