Porto Alegre, 12 de maio de 2025 – O indicador de preços composto (I-CIP) da Organização Internacional do Café (OIC) caiu 3,5% em abril, para 335,76 centavos de dólar por libra-peso, na comparação com março (347,85 centavos). Apesar da queda mensal, o indicador ficou 54,8% acima dos patamares de abril do ano passado.
Em seu relatório mensal de acompanhamento do mercado, a OIC destacou que uma combinação de eventos específicos, ocorrências macroeconômicas e fatores geopolíticos gerou um certo grau de incerteza negativa no mercado de café, impulsionando a recuperação do I-CIP em um longo período de alta.
Em abril, o I-CIP atingiu uma mínima de quatro meses, de 308,93 centavos de dólar no dia 8, valor que não era atingido desde 21 de janeiro. Isso se deveu às novas tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA em 2 de abril, que provocaram uma retração de 32,59 centavos no indicador.
No entanto, em 9 de abril, um anúncio subsequente suspendendo as tarifas mencionadas por 90 dias reverteu a direção do mercado, permitindo uma rápida recuperação do I-CIP. Os movimentos mais recentes sugerem que o preço do café está buscando uma direção, com fatores de alta e baixa afetando o mercado, embora o primeiro pareça estar em vantagem, como visto abaixo:
Fatores altistas:
* A Cooxupé, maior cooperativa de café arábica do Brasil, afirmou que as altas temperaturas e a precipitação abaixo do normal no Brasil no mês passado afetariam negativamente a produtividade do café este ano.
* Otimismo em relação à queda da inflação – com a taxa de inflação mundial caindo de 5,7% em 2024 para 4,3% e 3,6% em 2025 e 2026, respectivamente. Além disso, a projeção de recuperação do PIB, levando a um aumento sustentado e projetado da demanda, tem sustentado o I-CIP.
* O café continua sendo uma commodity de baixa elasticidade, com a demanda não oscilando significativamente, graças à grande variedade de produtos de café disponíveis em diversas faixas de preço, o que ajuda a sustentar os preços elevados.
* Otimismo do mercado em relação à isenção tarifária, já que os preços podem continuar subindo sem receio de impacto na demanda.
* Mercado futuro invertido, com a entrega de café hoje com prêmio.
Fatores baixistas:
* Demanda mais fraca devido ao potencial aumento nos preços do café no varejo, resultante do aumento dos custos alfandegários, visto que as tarifas recíprocas permanecem.
* Adição do Vietnã como Origem Entregável no Contrato Futuro de Café “C” a partir de 1º de abril, com um lote composto por 37.500 libras de café arábica lavado, com diferencial de -600 pontos. A maior disponibilidade de café comercial nos portos de destino pode ajudar a aliviar quaisquer preocupações com a oferta.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Safras News
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