Durante missão oficial da comitiva do governo federal à China, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse, em entrevista a jornalistas, que participará de uma reunião com o TikTok, nesta terça-feira (13), para alinhar um investimento de R$ 50 bilhões da empresa na construção de data centers no Ceará.
“Eu estarei amanhã no TikTok, que tem a previsão de investimento de R$ 50 bilhões no estado do Ceará. Nós criamos todos os mecanismos, o Operador Nacional do Sistema abriu o espaço para recepcionar esses investimentos. O nosso planejamento, a nossa EPE [Empresa de Pesquisa Energética] está fazendo todo esforço para, o mais rápido possível, reforçar a transmissão até o Porto de Pecém”, comentou, ressaltando também esforços do governo estadual do Ceará e do ministro da Educação.
O governo brasileiro também está focado em fortalecer a infraestrutura necessária para receber esses investimentos, como a transmissão de energia até o Porto de Pecém, no Ceará. A meta é estabelecer uma política nacional de data centers, que exige energia limpa e renovável, em um momento em que a demanda por inteligência artificial e tecnologia está crescendo.
“Tem tido um grande esforço do governador do Estado do Ceará, do ministro da Educação, Camilo Santana, para viabilizar os investimentos e, a partir deles, estabelecer uma política nacional de data center, já que a maior parte dos aportes, “tanto inteligência artificial, quanto data center, exigem até por uma questão de compliance que a energia seja limpa e renovável.”
Silveira disse que o governo brasileiro espera que as negociações entre China e Estados Unidos sobre tarifas recíprocas avancem e que considera que o presidente Lula tem tido êxito nas negociações bilaterais com a Rússia e agora, a China. “Nós torcemos para que avancem as negociações, para que as bravatas do presidente americano recuem e, portanto, fortaleçam a governança global que é tão importante para combater problemas comuns.”
Em relação à Russia, Silveira comentou sobre o acordo com a Rosatom para o desenvolvimento de pequenos reatores para usinas nucleares. “Esses reatores serão essenciais para garantir a segurança energética do país, especialmente em um momento em que a demanda por energia cresce devido à digitalização e à inteligência artificial, disse o ministro, que ressaltou a importância do Brasil desenvolver os próprios combustíveis e pela necessidade de estabilizar o seu sistema com usinas térmicas movidas a urânio.
Silveira disse que a Rússia vai contribuir com a sua experiência “que é muito larga nesse setor”, para fins pacíficos, e para avançar com um modelo de gestão seguro para energia nuclear. “E olhando o setor nuclear de forma mais holística, ou seja, de forma mais global, para que a gente possa ter uma gestão eficiente, não só dos recursos, mas uma gestão eficiente na continuidade no planejamento da energia nuclear, que é uma energia limpa, segura e importante para o sistema.”
O ministro também falou sobre um memorando de entendimentos assinado com a Tenex, subsidiária da Rosatom, para a construção dos pequenos reatores, que poderão ser usados em indústrias eletrointensivas, como Usiminas e CSN. Segundo Silveira, isso poderia reduzir a demanda por linhas de transmissão. “Foi assinado com a Tenex um um memorando de entendimento e agora nós vamos construir toda uma política para poder criar um ambiente para fazer essa energia se tornar uma energia vigorosa no Brasil.”
O ministro de Minas e Energia destacou os avanços significativos que o país tem feito nos últimos dois anos em seu diálogo com o mundo. “O Brasil com uma grande potência da nova economia que é a economia verde se torna cada vez mais protagonista. Por isso é importante esse diálogo com o mundo.”
Combustível Sustentável de Aviação
Ainda nesta segunda-feira, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou da assinatura do acordo entre a ApexBrasil e a Envision Energy – líder mundial em tecnologia verde. O documento prevê a destinação de R$5 bilhões para projetos de Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês), um dos maiores investimentos no setor. O acordo é resultado de um diálogo contínuo entre o Governo Federal e a empresa chinesa, que ocorre desde 2024.
MME e estatal chinesa firmam acordo para impulsionar energias renováveis e tecnologias de baixo carbono
Durante missão oficial à China ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou da assinatura de um memorando de entendimento entre o Ministério de Minas e Energia (MME), a estatal chinesa Windey Energy Technology Group e o SENAI CIMATEC. O documento, assinado neste domingo (11/05), marca um novo passo na cooperação bilateral em energias renováveis e tecnologias de baixo carbono.
Um dos termos do memorando é o desenvolvimento em armazenamento de energia. Na avaliação do ministro Alexandre Silveira, uma parceria tecnológica importante e estratégica que chega num momento em que o Brasil avança com o primeiro leilão de baterias. Vamos publicar, em breve, uma portaria estabelecendo as normas para o primeiro leilão de bateria do Brasil. Então, toda solução para estabilização do sistema é muito bem-vinda. Nós temos um vasto mercado para isso e precisamos preparar tanto a nossa mão-de-obra quanto buscar tecnologias, então essa parceria com o SENAI CIMATEC vem de encontro com este grande anseio do setor elétrico brasileiro, destacou.
A parceria também prevê a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento no Brasil voltado ao avanço de soluções em energia eólica e hidrogênio verde. Também inclui iniciativas conjuntas para levar energia limpa a áreas agrícolas remotas, incentivando a instalação de fábricas de equipamentos no território nacional e mitigando cortes na geração renovável conectada à rede elétrica.
O projeto terá atuação em diversas regiões do país e buscará desenvolver soluções energéticas integradas à agricultura, promovendo irrigação sustentável e desenvolvimento regional. A cooperação também prevê estudos para participação conjunta na COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA), com o objetivo de compartilhar os avanços da iniciativa com a comunidade internacional.
Para garantir o alinhamento das ações com as políticas públicas brasileiras, será criado um Comitê de Estratégia. O grupo terá o papel de coordenar os esforços e ampliar o impacto das iniciativas de forma articulada com os programas do governo federal. O memorando tem vigência inicial de 24 meses, com possibilidade de prorrogação.
Com informações do Ministério de Minas e Energia.