Em entrevista a jornalistas após participação na cerimônia de abertura do APAS Show 2025, evento do setor de supermercados, na manhã desta segunda-feira, em São Paulo (SP), o presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse defendeu o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC) para poder ter regras no comércio exterior ao comentar as negociações entre Estados Unidos e China.
O presidente em exercício disse que é “muito bom que haja um entendimento” entre os dois países devido à importância econômica e que “o Brasil, o governo do presidente Lula, defende o multilateralismo e o livre comércio”. “Então, você ter um entendimento, facilita o comércio. O comércio exterior é emprego e renda. E quem ganha é a população. Eu sou mais eficiente num setor, ele compra de mim. Ele é mais eficiente numa outra área, eu compro dele. Então, o comércio exterior beneficia a todos.”
Na sua avaliação, a negociação é positiva. “Torcemos por um bom entendimento.”
Em relação à liberação do comércio de medicamentos sem receita nos supermercados, Alckmin disse que já foi permitido no Brasil durante um pequeno período e depois foi proibido. “É um tema a ser debatido, a ser discutido. Como é sem receita, não tem limitações médicas. Mas é um tema que o governo vai estudar.”
Em relação à inflação de alimentos, ele se mostrou otimista e com uma perspectiva de queda da Selic. “No ano passado, nós tivemos uma inflação de alimentos muito grande e motivada especialmente pelo clima, uma seca enorme que devorou a safra, e o dólar que foi parar em R$ 6,20. O dólar é imediato, na semana seguinte você já tem parte. Os dois cenários mudaram. O clima até agora está ótimo, nós devemos ter uma super safra e o dólar caiu de R$ 6,20 para R$ 5,70. “Então, o que eu espero é que da mesma maneira que a Selic subiu, ela também caia fortemente, porque ela limita a atividade econômica e ela tem um efeito duríssimo na dívida pública, porque 48% da dívida pública é ‘selicada'”.
Por fim, Alckmim confirmou aos jornalistas que o governo vai discutir mudanças nos benefícios de vale refeição e alimentação e que isso foi comunicado hoje aos empresários do varejo. “O PAT foi criado para ajudar o trabalhador na sua alimentação, esse voucher. Nós precisamos reduzir os custos disso, reduzir intermediação, para beneficiar quem interessa, que é o consumidor, melhorar a capacidade de compra dele e quem fornece. Esse é o objetivo do fornecedor. Tem várias alternativas que o governo vai se debruçar para apresentar uma proposta.”
O presidente da República em exercício e ministro disse aos jornalistas que destacou aos empresários varejistas as políticas implementadas pelo governo federal, como a proposta de reforma do Imposto de Renda, que está no Congresso, e a regulamentação das bets.
“Eu acho que a nova lei do Imposto de Renda, isentando quem ganha até R$ 5.000 e beneficiando quem ganha até R$ 7.000, vai melhorar o poder de compra, vai melhorar o consumo e, mais importante, vai fazer justiça tributária.”
Já a regulamnetação das bets, Alckmin disse que “estavam totalmente liberadas, não tinha nenhuma regulamentação, nenhuma, nenhuma, nenhuma”, que foram regulamentadas, “um grande número foi tirado do ar, estabeleceu o tributo”, mas que é um tema que sempre merece ser debatido.
Alckmin também disse que “ouviu os pleitos, as ponderações, as colocações” do setor que considera “importantíssimo, do ponto de vista social e econômico no Brasil”.
“Olha, sociedade civil é para cobrar. Sociedade civil é o que há de mais importante. É sociedade civil organizada. E governo bom, ouve, é atento e dialoga, dialoga. Então, vou levar sim a preocupação.
Presidente em exercício rebate críticas do setor de supermercados mas diz que buscará melhorias
O presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, em participação na cerimônia de abertura do APAS Show 2025, evento do setor de supermercados, na manhã desta segunda-feira, em São Paulo (SP), rebateu críticas ao Consignado Privado e ao Programa Bolsa Família feitas pelos representantes do setor, como aumento do endividamento das famílias e dificuldades para preencher postos de trabalho.
Em relação ao consignado, Alckmin disse que o objetivo é aumentar a sua renda, não aumentar o seu endividamento dos trabalhadores contratados em regime CLT. “O objetivo é melhorar a renda dos trabalhadores, mas levarei a preocupação com a questão do endividamento”, disse.
Em relação ao Bolsa Família, Alckmin destacou o número de pessoas que deixaram de receber o benefício e disse que o governo está aberto a discutir melhorias.
“Já saíram do Bolsa Família 5 milhões de pessoas. Vamos marcar um encontro com o ministro (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) Wellington Dias para discutir como podemos melhorar essa questão.”
Alckmin também confirmou que o governo buscará mudanças no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), que incentiva empresas a oferecer o cartão ou vale-alimentação/refeição, sem dar detalhes. “O voucher do PAT foi feito para ajudar o trabalhador na sua alimentação, mas está com uma intermediação absurda, então vamos trabalhar para melhorar isso aí.”
Alckmin iniciou seu discurso falando sobre a regulamentação das Bets, outro preocupação dos empresários varejistas. “Não havia regulamentação das Bets, então o governo focou nessa lacuna.”
O presidente em exercício também fez menção aos benefícios que o governo espera que sejam gerados pela implementação da Reforma Tributária, como a simplificação tributária e o crescimento adicional de 12% no PIB, além de aumento de exportação e do investimento.
Alckmin também ressaltou medidas para reduzir o custo do crédito para indústria, comércio e serviços e para zerar o imposto de importação.
Também participaram da solenidade de abertura do APAS Show, o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, o governador em exercício, Felício Ramuth, o presidente da Associação Paulista de Supermercados (APAS), Erlon Godoy Ortega, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), João Galassi, a deputada federal Renata Abreu, a deputada estadual Carla Morando, o vice-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador João Jorge, o secretário Municipal de Segurança Urbana, Orlando Morando, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Rodrigo Goulart e o diretor executivo de Negócios Internacionais da SP Negócios, Pedro Rebelo.