Porto Alegre, 4 de julho de 2025 – A avicultura de corte apresentou um mês de preços mais baixos no atacado e mercados independentes do vivo. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, junho foi pautado pelas incertezas causadas pela IAAP.
Como o previsto inicialmente, os preços caíram para o frango vivo e para o frango abatido no atacado. “No varejo, a queda não foi assim tão perceptível. No final do mês, o mercado encontrou algum espaço para uma breve recuperação, mas os preços estão muito distantes dos níveis anteriores a IAAP”, pontuou Iglesias.
Segundo o analista, a boa notícia é que os custos, em especial os custos de nutrição animal, estão controlados. O mercado observa uma safrinha imensa de milho, e o farelo de soja também deve apresentar queda nas cotações no segundo semestre em função do aumento do percentual obrigatório da mistura, que gera um estímulo ao consumo do óleo de soja e aumenta o esmagamento do grão.
“Ainda faltam alguns países importantes a retomar as compras brasileiras, a exemplo da China e União Europeia. Isso mantém um quadro ainda preocupante em torno das exportações”, conclui o especialista.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) atualizou as informações nesta quinta-feira (3) sobre os países que adotaram restrições à importação de carne de aves do Brasil, em razão da detecção de um foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no município de Montenegro (RS). Mais sete países retiraram as restrições à exportação de carne de frango brasileira: Argentina, Cuba, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, India, Mauritânia e Uruguai.
Preços internos
Segundo levantamento de Safras & Mercado, no atacado de São Paulo, os preços dos cortes congelados de frango tiveram algumas mudanças ao longo do mês. O preço do quilo do peito teve recuo de R$ 10,60 para R$ 9,90, o quilo da coxa de R$ 7,50 para R$ 6,90 e o quilo da asa de R$ 11,60 para R$ 10,00. Na distribuição, o preço do quilo do peito teve baixa de R$ 10,80 para R$ 10,00, o quilo da coxa de R$ 7,70 para R$ 7,00 e o quilo da asa de R$ 11,80 para R$ 10,20.
Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário da semana também apresentou alterações nas cotações durante o mês. No atacado, o preço do quilo do peito caiu de R$ 10,70 para R$ 10,00, o quilo da coxa de R$ 7,60 para R$ 7,00 e o quilo da asa de R$ 11,70 para R$ 11,10. Na distribuição, o preço do quilo do peito teve desvalorização de R$ 10,90 para R$ 10,10, o quilo da coxa de R$ 7,80 para R$ 7,10 e o quilo da asa de R$ 11,90 para R$ 10,30.
O levantamento mensal realizado por Safras & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que, em Minas Gerais, o quilo vivo caiu de R$ 5,90 para R$ 5,60 e, em São Paulo, aumentou de R$ 5,60 para R$ 5,80.
Na integração catarinense a cotação do frango seguiu em R$ 4,70. Na integração do oeste do Paraná, a cotação foi de R$ 5,00 para R$ 4,80 e, na integração do Rio Grande do Sul, de R$ 4,80 para R$ 4,75.
No Mato Grosso do Sul, o preço do quilo vivo do frango foi de R$ 5,80 para R$ 5,50. Em Goiás, a cotação desvalorizou de R$ 5,80 para R$ 5,55 e, no Distrito Federal, de R$ 5,90 para R$ 5,60.
Em Pernambuco, o quilo vivo caiu de R$ 7,50 para R$ 5,90, no Ceará de R$ 7,80 para R$ 5,00 e, no Pará, de R$ 8,00 para R$ 6,00.
Exportações
As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 401,629 milhões em junho (14 dias úteis), com média diária de US$ 28,687 milhões. A quantidade total exportada pelo país chega a 224,040 mil toneladas, com média diária de 16,002 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.792,7.
Em relação a junho de 2024, há recuo de 21,2% no valor médio diário, baixa de 21,6% na quantidade média diária e valorização de 0,4% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Safras News
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