Porto Alegre, 09 de maio de 2025 – A semana foi de preços firmes para o café nas bolsas de Nova York para o arábica e de Londres para o robusta, com apreensões com a oferta restrita no curto prazo, mas com o mercado físico brasileiro já pressionado pela sazonalidade da entrada da safra. A colheita ainda está no começo, centrada no conilon, e começando no arábica, mas naturalmente o mercado reflete a chegada da safra nova, em que pesem as incertezas sobre o tamanho da produção.
Nas bolsas, o café reflete também as oscilações nos mercados financeiros, com subidas e descidas do dólar e instabilidades ainda pós-tarifaços de Trump e numa semana de decisões de juros. Nos fundamentos, a chegada da safra brasileira é um aspecto que traz certo alívio. Porém, no arábica, especialmente, uma produção afetada pelo clima desfavorável de 2024 preocupa e segue no radar.
Para o canéfora (conilon e robusta), a oferta é curta no Vietnã e na Indonésia a safra apenas começa. Isso é um aspecto de suporte às cotações. Por outro lado, no Brasil a safra chega e para o conilon é uma grande safra, mesmo que no total o país sofra por uma produção prejudicada no arábica.
Assim, na Bolsa de NY, que baliza as cotações internacionais, o mercado na maior parte do tempo da semana oscilou entre 385 e 390 centavos de dólar por libra-peso (base contrato julho). Há uma busca de acomodação. Como suporte, segue um cenário de oferta ainda limitada no curto prazo, com preocupações diante da safra brasileira prejudicada. Como pressão, naturalmente a sazonalidade da entrada da safra do maior produtor e exportador global. A volatilidade persiste, ainda mais com o cenário mundial conturbado no mercado financeiro e na geopolítica.
Em meio a isso, no balanço dos últimos sete dias em NY (entre as quintas-feiras 01 e 08 de maio), o contrato julho subiu 0,7%, de 384,65 para 387,35 centavos de dólar por libra-peso no fechamento do dia 08. No mesmo comparativo, o robusta em Londres no contrato julho subiu 2,7%.
No mercado físico brasileiro de café, as cotações já refletem a chegada da safra, com pressão tanto no arábica quanto no robusta. Cafés novos ainda são incipientes, com alta catação, mas os compradores pressionam por preços mais baixos e os produtores dosam a oferta.
No balanço dos últimos sete dias, lembrando que houve feriado em 01 de maio, o café bebida boa no sul de Minas Gerais caiu de R$ 2.650,00 para R$ 2.590,00 a saca na base de compra, baixa de 2,3%. O conilon tipo 7, em Vitória/Espírito Santo, recuou 3,5% no período, de R$ 1.715,00 para R$ 1.655,00 a saca.
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Lessandro Carvalho – lessandro@safras.com.br (Safras News)
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