Mercado de café está andando de lado, com uma resistência forte em torno de 190 centavos em Nova York – Safras Agri Week

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     Porto Alegre, 28 de março de 2024 – O mercado vem oscilando bastante, desenhando um fundo em torno de 144 centavos e um topo em torno de 200 centavos. “Há claramente um movimento de queda com a chegada da safra brasileira do ano passado e de outubro em diante um rally, uma forte alta no mercado”, disse o analista e consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, durante a 7a edição da Safras Agri Week.

     Neste início de 2024, o mercado está “andando de lado”, com uma resistência muito forte em torno dos 190 centavos por libra-peso e um suporte em torno dos 180 centavos. Após os ganhos de outubro do ano passado, que foram motivados pelas tensões geopolíticas, questões de estoques certificados, clima no Brasil, quebra na produção do Vietnã de robusta e os problemas logísticos no Mar Vermelho, “estamos deixando de olhar para 2023 e começando a olhar para 2024”, pontuou Barabach.

     De acordo com o analista, o mercado aguarda por novidades em relação ao lado financeiro e para o lado fundamental. No lado financeiro, Barabach mencionou que o ciclo de corte de juros pelo Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) deve direcionar os preços dos ativos como um todo e o das commodities também. Outro fator que o Fed pode influenciar é a carteira dos investidores. Já para o lado fundamental, é a chegada da safra no Brasil. Esses fatores irão direcionar uma tendência para a nova safra.

     Já em relação aos preços, o consultor afirmou que um dos fatores que ajudou o arábica foi o robusta, devido à quebra na produção do Vietnã – maior origem do café robusta. Por questões de oferta limitada, o preço do robusta está mais valorizado do que o do arábica no mercado internacional. No contrato maio/24 em Londres, o robusta subiu em torno de 60%, enquanto em NY o arábica foi apenas 30%.

Safra brasileira 2024/25

     O analista divulgou a projeção de Safras em relação à safra 2024/25. A produção foi estimada em 70,37 milhões de sacas, com o consumo em torno de 22,10 milhões de sacas e as exportações devem crescer para 6,85 milhões, ante 5,45 milhões projetadas em 2023/24.

     Por fim, Barabach passou algumas dicas de comercialização e enfatizou que a alta dos preços ainda é uma oportunidade de venda, que o produtor deve trabalhar menos exposto, aproveitando essa volatilidade de alta e aproveitar a relação de troca favorável para as safras futuras.

     Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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