A processadora de alimentos Marfrig registrou lucro líquido de R$ 88 milhões no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, alta de 40,3%. A companhia informou no relatório que os resultados consolidados são gerenciais e contemplam somente o resultado dos ativos continuados da Operação América do Sul no 1T24 e 1T25. Os números apresentados no ITR desconsideram as operações descontinuadas a partir do terceiro trimestre de 2023.
A receita líquida somou R$ 38,6 bilhões no período, aumento de 27,0%, na mesma base de comparação, com destaque para Operação Continuada da América do Sul. No trimestre, 40% da Receita Líquida Consolidada Gerencial foi resultado da BRF, 49% da Operação América do Norte e 11% da Operação América do Sul.
No 1T25, a Receita Líquida Gerencial em dólares e outras moedas representou 74% da receita total consolidada, decorrente da soma das receitas na América do Norte com as exportações da Operação da América do Sul e da consolidação do resultado da BRF.
“A Marfrig tem apresentado um mix de receita distribuído entre os principais mercados consumidores do mundo. No 1T25, os Estados Unidos representaram 46% das vendas totais, pouco acima do mesmo período de 2024. A participação do Brasil foi de 23%, em linha com o 1T24. As receitas das exportações para o Oriente Médio foram de 3% e as receitas provenientes das exportações para China e Hong Kong, atingiram 5%”, comentou a empresa.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 20,8% no trimestre e totalizou R$ 3,2 bilhões, quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. A margem ebitda foi de 8,3% (-42 bps). A performance é explicada pelo crescimento de mais de 56% no ebitda da Operação América do Sul e aumento de 30% no da BRF, que compensou a redução de EBITDA da Operação América Norte. A margem ebitda ajustada gerencial consolidada foi de 8,3%, 40 bps inferior à margem do 1T24.
No trimestre, 85% do ebitda ajustado consolidado gerencial foi resultado da BRF e 14% da Operação América do Sul e 1% da América do Norte.
De janeiro a março, a Marfrig comercializou 1,945 milhão toneladas de carnes, alta de 8,5% ante igual período do ano passado, sendo 1,259 milhão comercializados no mercado interno (+10,7%) e 686 mil toneladas no mercado externo (+4,8%).
No 1T25, o Custo de Produtos Vendidos da Marfrig, considerando a Operação Continuada na América do Sul no resultado consolidado, foi de R$ 33,9 bilhões, um aumento de 27,8% em relação ao ano anterior. O crescimento do custo é explicado, principalmente, pelo maior volume de vendas na América do Sul e pelo maior custo de matéria prima em todas as operações.
As Despesas com Vendas, Gerais & Administrativas (DVGA) totalizaram R$ 3,4 bilhões. A DVGA em função da receita líquida (DVGA/ROL) foi de 8,78%, 100 bps menor quando comparado ao 1T24, explicado principalmente pela readequação da estrutura da operação América do Sul e aumento das complementaridades entre Marfrig e BRF.
No 1T25, os investimentos consolidados recorrentes foram de R$ 1,4 bilhão. Já nas operações de bovinos da América do Norte e da América do Sul, os investimentos no trimestre foram de R$ 159,9 milhões destinados à manutenção e outros investimentos.
No 1T25, o fluxo de caixa operacional consolidado foi positivo em R$ 3,1 bilhões, os investimentos consolidados realizados no período foram de R$ 1,4 bilhão, e o montante caixa com despesas financeiras consolidadas foi de R$ 1,5 bilhão, como resultado, o fluxo de caixa livre do trimestre foi positivo em R$ 181,8 milhões.
Ao final do primeiro trimestre, a dívida líquida da empresa ficou em R$ 38,1 bilhões, redução de 1,8% em comparação com o trimestre imediatamente anterior. Quando medida em dólares, a dívida líquida consolidada foi de US$ 6,6 bilhões.
A companhia destaca que o seu perfil de endividamento, que também engloba as informações financeiras da BRF, é em grande parte atrelado à moeda norte-americana (a parcela da dívida bruta atrelada ao dólar ou outras moedas que não o Real ficou em torno de 62,2% no final do trimestre), as variações explicadas no relatório consideram seus valores em dólares norte-americanos.
Durante o 1T25, foram recomprados, por meio dos programas abertos, R$ 799,8 milhões em ações sendo R$ 383,1 milhões na Marfrig e R$ 416,7 milhões da BRF.
O índice de alavancagem medido pela relação entre a Dívida Líquida Gerencial e o ebitda ajustado gerencial dos últimos 12 meses apresentou queda, de 2,82x em reais no 4T24 para 2,69x no 1T25. Medido em dólar o indicador de alavancagem ficou em 2,63x.
A dívida líquida ajustada pelos recursos e outros efeitos contratuais que temos a receber da venda dos ativos do Uruguai, que ainda estão pendentes de aprovação, nossa alavancagem seria de 2,63x em reais e 2,57x quando medida em dólar.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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