São Paulo, 11 de junho de 2025 – Os preços dos contratos futuros do petróleo fecharam o pregão em alta de mais de 3%, atingindo máximas em mais de dois meses, após relatos de que os Estados Unidos estariam se preparando para evacuar sua embaixada no Iraque devido a preocupações crescentes com a segurança no Oriente Médio.
Os Estados Unidos estão se preparando para evacuar sua embaixada em Bagdá, no Iraque, devido ao aumento de tensões na região, segundo três fontes americanas e duas iraquianas informaram a agência Reuters. Um oficial americano também mencionou que familiares de militares podem ser retirados do Bahrein. As fontes não especificaram quais riscos específicos motivaram a decisão, e o Departamento de Estado não comentou imediatamente. A medida ocorre em meio a crescentes tensões entre Washington e Teerã, com o presidente Donald Trump reiterando ameaças de atacar o Irã caso as negociações sobre seu programa nuclear fracassem.
O ministro da Defesa iraniano, Aziz Nasirzadeh, advertiu que o Irã retaliaria contra bases americanas se as conversas nucleares falhassem e resultassem em guerra. Um oficial americano afirmou que o Departamento de Estado está organizando uma “partida ordenada” da embaixada em Bagdá, preferencialmente por meios comerciais, mas com apoio militar disponível se necessário. Um funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Iraque confirmou uma “evacuação parcial” da equipe diplomática americana devido a “preocupações de segurança relacionadas a possíveis tensões regionais”.
O Iraque é o segundo maior produtor da Opep, atrás apenas da Arábia Saudita. O presidente Trump afirmou estar menos confiante de que o Irã aceitará interromper o enriquecimento de urânio como parte de um possível acordo nuclear com os EUA, segundo entrevista divulgada na quarta-feira.
A tensão contínua com o Irã indica que suas exportações de petróleo devem permanecer limitadas por sanções.
Ainda assim, a oferta global aumentará, já que a OPEP+ planeja elevar sua produção de petróleo em 411 mil barris por dia em julho, marcando o quarto mês consecutivo de reversão de cortes anteriores.
A maior demanda por petróleo dentro das economias da OPEP+ especialmente na Arábia Saudita pode compensar o aumento da oferta e sustentar os preços do petróleo, disse Hamad Hussain, analista da Capital Economics.
Também ajudando a manter os preços elevados, Trump afirmou que Pequim fornecerá ímãs e minerais de terras raras, e os EUA permitirão a entrada de estudantes chineses em suas universidades. Trump acrescentou que o acordo ainda depende de sua aprovação final e da de Xi Jinping.
O risco de queda relacionado ao comércio no mercado de petróleo foi temporariamente removido, embora a reação do mercado tenha sido morna, pois ainda não está claro como o crescimento econômico e a demanda global por petróleo serão afetados, afirmou Tamas Varga, analista da PVM.
Nos Estados Unidos, os estoques de petróleo bruto caíram 3,6 milhões de barris na última semana, para 432,4 milhões de barris, informou a Administração de Informação de Energia (EIA) na quarta-feira. Analistas consultados pela Reuters previam uma queda de apenas 2 milhões de barris.
Por fim, os preços ao consumidor nos EUA subiram apenas marginalmente em maio, fortalecendo a convicção dos mercados financeiros de que o Federal Reserve começará a cortar as taxas de juros até setembro. Taxas de juros mais baixas podem impulsionar o crescimento econômico e a demanda por petróleo.
O preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para julho subiu 3,88%, cotado a US$ 67,50 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para agosto avançou 3,42%, cotado a US$ 69,16 o barril.
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Darlan de Azevedo – darlan.azevedo@cma.com.br (Safras News)
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