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Em meio à controle de oferta e mercado travado, feijão encerra semana sob inércia

Feijão

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Apatia comercial envolvendo o feijão carioca se consolidou ao longo da semana, refletindo um ambiente de inércia que se estende por toda a cadeia, desde o campo até o varejo. As cotações permaneceram nominais, sustentadas mais por expectativas do que por validações reais de mercado.

 

Segundo o analista Evandro Oliveira, da consultoria Safras & Mercado, apesar da continuidade das colheitas, a oferta efetiva nos canais de comercialização foi curta, majoritariamente composta por cargas remanescentes (sobras de sessões anteriores). “Muitos lotes nem chegaram a ser expostos, o que mostra o desânimo generalizado entre os ofertantes”, comenta. Ele acrescenta que a qualidade do produto recém-colhido tem sido afetada pelas chuvas, resultando em grãos com alta umidade (entre 18% e 20%) e exigência de secagem, o que eleva os custos operacionais e compromete a atratividade do produto.

 

No lado da demanda, o cenário também é negativo. Os compradores seguem extremamente seletivos, adquirindo apenas lotes pontuais de feijões comerciais, com descontos ao longo do dia. “Há escassez de grãos com padrão nota 8,5 ou superior, o que até gera algum interesse, mas não o suficiente para movimentar o mercado”, explica o analista. O varejo continua com baixo giro e reduzida necessidade de reposição, o que limita a atuação dos empacotadores e mantém toda a cadeia em compasso de espera.

 

Em termos de preços, o grão extra de melhor qualidade apresenta indicações nominais entre R$ 248/sc (FOB Sul do Paraná) e R$ 279/sc (FOB interior de São Paulo), com Minas Gerais oscilando entre R$ 261 e R$ 263/sc. Já os feijões comerciais enfrentam maior dificuldade de saída, com registros pontuais de venda a R$ 165/sc, sinalizando pressão adicional nos padrões inferiores.

 

A tendência de curto prazo, segundo Evandro Oliveira, é de continuidade do atual quadro de paralisia, sem vetores de mudança evidentes. Mesmo com oferta ajustada e presença limitada de feijões extras, a ausência de demanda efetiva impede qualquer tentativa de recuperação mais firme nos preços. “O mercado só vai reagir se houver sinais mais claros de reposição no varejo”, conclui.

 

Feijão preto

 

Já o feijão preto seguiu em compasso de espera, com pouca efetividade nas negociações e ritmo de comercialização lento. Apesar do ambiente calmo, algumas regiões registraram leve valorização, resultado da postura firme de produtores e corretores, que resistem a conceder descontos e mantêm pedidas acima das indicações de compra. No entanto, a fragilidade da demanda continua sendo o principal fator de contenção, impedindo avanço mais robusto nas cotações.

 

Evandro observa que, em diversas localidades do Sul do país, as cotações permanecem abaixo do preço mínimo oficial estipulado pelo Governo (R$ 152,91/sc para produto tipo 1), o que pressiona as expectativas de rentabilidade e contribui para a cautela dos agentes. “Mesmo com resistência à baixa, os negócios relevantes seguem travados, num cenário de descompasso entre pedidas e poder de compra”, avalia.

 

No varejo, o cenário tampouco apresenta estímulos: de acordo com dados da Conab, o preço médio ao consumidor caiu de R$ 6,00/kg em março para R$ 5,69/kg em abril (queda de 5,2%), ficando abaixo do feijão carioca (R$ 6,52/kg). Essa perda de atratividade no ponto final da cadeia impacta a reposição e limita novas ordens de compra nos canais de distribuição.

 

Nas principais praças produtoras, o Noroeste do Paraná apresenta indicações entre R$ 151 e R$ 153/sc FOB, com tímida valorização, mas baixa fluidez nos negócios. Já nos Campos de Cima da Serra (RS), cotações variam entre R$ 133 e R$ 135/sc FOB, com pedidas dos produtores ainda próximas de R$ 150/sc, sem grande adesão do mercado.

 

Luciana Abdur – luciana.abdur@safras.com.br (Safras News)

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