Com foco no clima, negócios com milho devem seguir travados no Brasil

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     Porto Alegre, 11 de maio de 2022 – O mercado brasileiro de milho deve ter uma quarta-feira marcada por um cenário de cautela nos negócios e por preços mais sustentados. Enquanto vendedores diminuem as fixações de venda do cereal, em meio às preocupações com a possibilidade de ocorrência de geadas na próxima semana e com o clima seco em alguns estados produtores de safrinha, os consumidores seguem realizando apenas compras pontuais, à espera da entrada da safrinha no mercado. No cenário internacional, a Bolsa de Chicago estende o movimento observado ontem e sobe.

     O mercado brasileiro de milho apresentou preços estáveis nesta terça-feira. O mercado demonstra preocupação com o frio chegando na próxima semana em regiões produtoras, sempre havendo o temor de geadas. Há apreensão em regiões como Paraná, Mato Grosso do Sul e também no Paraguai.

     No Porto de Santos, o preço ficou entre R$ 95,00 (compra) a R$ 97,00 (venda) a saca (CIF) para maio. Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 95,00/98,00 a saca para maio.

     No Paraná, a cotação ficou em R$ 87,00/90,00 a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 85,00/87,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 87,00/89,00 a saca.

     No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 94,00/96,00 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 80,00/82,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 79,00/R$ 83,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 76,00/82,00 a saca em Rondonópolis.

CHICAGO

* Os contratos com entrega em julho de 2022 operam com ganho de 6,25 centavos em relação ao fechamento anterior, ou 0,80%, cotada a US$ 7,81 1/2 por bushel.

* O mercado busca suporte no clima adverso ao plantio nos Estados Unidos, que pode deixar a oferta global ainda mais apertada.

* O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou na segunda o relatório sobre a evolução do plantio das lavouras de milho. Até 8 de maio, a área plantada estava estimada em 22%. O mercado esperava 25%. Em igual período do ano passado, o número era de 64%. Na semana passada, os trabalhos cobriam 14% da área. A média para os últimos cinco anos é de 50%.

* Os investidores também buscam um posicionamento frente ao relatório de oferta e demanda de maio, que será divulgado na quinta-feira (12), às 13 horas, (horário de Brasília), e que deve indicar uma estimativa de produção no país menor que a registrada em 2021/22.

* Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em uma produção de 14,779 bilhões de bushels de milho em 2022/23, ficando aquém da safra 2021/22, que está estimada em 15,115 bilhões de bushels.

*  Os estoques finais de passagem da safra 2022/23 norte-americanos devem ser indicados em 1,305 bilhão de bushels. Para a safra 2021/22, os estoques finais de passagem devem ser reduzidos de 1,440 bilhão de bushels para 1,404 bilhão de bushels.

* Para a safra global 2022/23, os estoques finais de passagem devem ser indicados em 295,6 milhões de toneladas. A previsão é de que os estoques finais de passagem da safra mundial 2021/22 sejam apontados em 303,7 milhões de toneladas, abaixo das 305,5 milhões de toneladas indicadas no mês passado.

* A safra de milho do Brasil 2021/22 deverá ser indicada em 113,9 milhões de toneladas, aquém das 116 milhões de toneladas apontadas em abril. Já a safra da Argentina 2021/22 deve ser apontada em 52,1 milhões de toneladas abaixo das 53 milhões de toneladas previstas no mês passado.

* Ontem (10), os contratos de milho com entrega em julho fecharam a US$ 7,75 1/4 por bushel, ganho de 3,25 centavos de dólar, ou 0,42%, em relação ao fechamento anterior.

CÂMBIO

* O dólar comercial registra queda de 0,58% a R$ 5,1040. O Dollar Index registra baixa de 0,30% a 103,61 pontos.

INDICADORES FINANCEIROS

* As principais bolsas da Ásia encerraram em alta. Xangai, +0,75%; Tóquio, +0,18%.

* As principais bolsas na Europa registram índices firmes. Londres, +1,94%; Paris, +1,28% e Frankfurt, +1,03%.

* O petróleo opera em alta Junho do WTI em NY: US$ 103,76 o barril (+4,00%).

AGENDA

– EUA: O índice de preços ao consumidor de abril será publicado às 9h30 pelo Departamento do Trabalho.

– A posição dos estoques de petróleo dos EUA até sexta-feira da semana anterior será publicada às 11h30min pelo Departamento de Energia (DoE).

– Resultados financeiros da SLC, do Minerva, da JBS e do Banco do Brasil.

—–Quinta-feira (12/05)

– Reino Unido: A balança comercial de março será publicada às 3h pelo departamento de estatísticas.

– Reino Unido: A estimativa mensal do PIB de março será publicada às 3h pelo departamento de estatísticas.

– Reino Unido: A estimativa do PIB do primeiro trimestre de 2022 será publicada às 3h pelo departamento de estatísticas.

– Reino Unido: A produção industrial de março será publicada às 3h pelo departamento de estatísticas.

– Dados de abate trimestral no Brasil – IBGE, 9hs.

– Atualização da estimativa para a safra de grãos no Brasil – Conab, 9hs.

– Levantamento Sistemático de Produção Agrícola de abril – IBGE, 9hs.

– EUA: O índice de preços ao produtor de abril será publicado às 9h30 pelo Departamento do Trabalho.

– Exportações semanais de grãos dos EUA – USDA, 9h30min.

– Relatório de maio para oferta e demanda mundial e norte-americana – USDA, 13hs.

– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.

– Dados das lavouras no Rio Grande do Sul – Emater, na parte da tarde.

—–Sexta-feira (13/05)

– Eurozona: A produção industrial de março será publicada às 6h pelo Eurostat.

– Relatório de condições das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, na parte da manhã.

– Dados de desenvolvimento das lavouras no Mato Grosso – Imea, na parte da tarde.

– Resultados financeiros da Heringer, Cosan e Raizen.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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