Colheita de café na reta final no Brasil, recuperando-se de atrasos

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     Porto Alegre, 05 de agosto de 2022 – A colheita de café da safra brasileira 2022/23 se aproxima do final, recuperando-se de atrasos, embora no conilon os trabalhos já devessem estar encerrados. Segundo levantamento de SAFRAS & Mercado, a colheita está em 83% até o dia 02 de agosto. Na semana anterior, o índice era de 75%.

     Tomando por base a estimativa de SAFRAS para a produção de café do Brasil em 2022/23, de 61,1 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 50,96 milhões de sacas até o dia 2 de agosto.

     A colheita está atrasada em relação ao ano passado, quando 84% da safra estava colhida neste período. Os trabalhos também estão atrasados contra à média dos últimos 5 anos, que é de 86%.

     Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, os trabalhos de colheita de café no Brasil mantêm uma boa cadência, favorecidos pelo clima seco e percentual elevado de maturação das lavouras. E a previsão é que tempo siga predominantemente seco nos próximos 7 a 10 dias, com chance apenas de chuvas isoladas na Bahia e Espírito Santo. “Enfim, o cenário climático deve continuar beneficiando tanto a colheita como a secagem do café. Mas, mesmo com a aceleração dos trabalhos, a disponibilidade física, particularmente de arábica, segue abaixo da esperada, o que mantém o sinal de alerta produtivo, comenta.

Assista o Conversa com o Analista de SAFRAS, Gil Barabach

     Ele coloca que a maior lentidão no beneficiamento e a decisão do produtor em deixar café por mais tempo na tulha também ajuda a explicar a oferta mais curta. “E tem diminuído um pouco a queixa dos produtores com perdas produtivas, muito embora ainda prevaleça essa ideia. Os trabalhos avançaram ao longo das últimas semanas sobre lavouras com maturação mais tardia e estão mais concentrados em grandes produtores”, afirma. Coloca que essa melhora no sentimento na reta final de safra, mesmo que tímido, ajuda a aliviar um pouco do pessimismo inicial. Já os cafés que estão chegando às cooperativas, comerciantes e tradings apresentam boa qualidade, especialmente de bebida e percentual de peneira.

     A colheita de arábica chega a 77% da produção, superando ligeiramente os 76% colhidos em igual período ano passado, mas ainda abaixo dos 81% de média dos últimos 5 anos para o período. Os trabalhos com conilon se encaminham para o fim alcançando 94% do potencial da safra, indica Barabach. Ainda abaixo dos 98% em igual época do ano passado e também aquém dos 99% de média dos últimos 5 anos para período. “No Espírito Santo, principal estado produtor deste café, restam apenas grandes produtores e na maioria dos casos para fazer o repasse final. Em Rondônia, a colheita dá seus últimos passos”, conclui.

Exportações

     As exportações brasileiras de café em grão em julho chegaram a 2.446.630 sacas de 60 quilos no acumulado fechado do mês, com 21 dias úteis computados (média diária de 116.507 sacas), com receita chegando a US$ 589,649 milhões (média diária de US$ 28,078 milhões), e preço médio de US$ 271,20 por saca.

     A receita média diária obtida com as exportações de café em grão em julho foi 84,4% maior no comparativo com a média diária de julho de 2021, que fora de US$ 15,225 milhões. Já o volume médio diário embarcado foi 7,6% maior que o de julho de 2021, que tinha o registro de 108.268 sacas diárias de média. O preço médio, por sua vez, disparou 71,4%. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

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     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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