Porto Alegre, 14 de março de 2025 – O mercado de feijão carioca permaneceu firme ao longo da semana devido à oferta limitada de grãos de alta qualidade. De acordo com o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, a escassez de feijão extra elevou os preços para R$ 285,00 a R$ 295,00/sc CIF SP no início da semana, chegando a R$ 300,00/sc em algumas negociações. A diminuição das diferenças entre os tipos refletiu um realinhamento de valores impulsionado pela seletividade da demanda.
“Nos dias seguintes, a redução no número de compradores, após a absorção dos volumes adquiridos anteriormente, diminuiu a pressão por novas compras”, disse. Contudo, ele também afirmou que transações via embarque mantiveram os preços entre R$ 295,00 e R$ 300,00/sc. Sem uma nova demanda, o pregão principal se manteve estável.
Segundo Oliveira, na metade da semana, a alta recente reduziu a liquidez, e corretores tentaram elevar os preços para R$ 305,00 a R$ 310,00/sc CIF SP, mas a resistência dos compradores estabilizou o preço de R$ 300,00/sc para o feijão extra de escurecimento lento. Nas regiões produtoras, os preços subiram devido à baixa oferta após a colheita da primeira safra, com feijão nobre variando entre R$ 240,00 e R$ 250,00/sc FOB, e o comercial entre R$ 180,00 e R$ 220,00/sc FOB.
“A semana terminou com liquidez reduzida, refletindo a dificuldade da indústria em repassar reajustes e a forte concorrência no varejo, onde algumas marcas operam abaixo de R$ 5,00/kg. Com vendedores aguardando melhores oportunidades até o pico da colheita da segunda safra, previsto para abril, o mercado segue sustentado pela oferta restrita, mas a resistência dos compradores impede avanços significativos no curto prazo”, relatou.
Feijão preto
Já o mercado de feijão preto apresentou pouca movimentação durante a semana, sem sinais de recuperação na demanda. Conforme o analista de Safras, no início do período, negócios pontuais ocorreram, com compradores adquirindo produto maquinado a R$ 240,00/sc CIF SP, enquanto nas regiões produtoras os preços variaram entre R$ 190,00 e R$ 220,00/sc FOB. A colheita da primeira safra 2024/25 no Rio Grande do Sul avançou para 65% da área cultivada, mantendo produtividade média de 2.400 kg/ha.
Oliveira destacou que nos dias seguintes a demanda retraída impediu qualquer recuperação nos preços. A entressafra teve pouca influência no mercado e, mesmo com o dólar elevado, as exportações ficaram estagnadas no primeiro trimestre do ano. O varejo resistente a reajustes dificultou as margens dos empacotadores, mantendo o cenário estável, sem perspectivas de valorização no curto prazo.
Na metade da semana, tradicionalmente mais movimentada, não houve negócios significativos. O consumo interno lento e a falta de exportações impediram o avanço dos preços, embora a escassez de feijão extra de boa qualidade evitasse quedas acentuadas. No Paraná, a colheita da segunda safra 2024/25 começou, com 86% das lavouras em boas condições e 14% em situação média, embora tenha ocorrido leve deterioração em relação à semana anterior.
O fim da semana trouxe poucas novidades e liquidez reduzida. Nos produtores, negócios pontuais ocorreram entre R$ 190,00 e R$ 210,00/sc FOB, enquanto na Zona Cerealista os preços permaneceram entre R$ 230,00 e R$ 240,00/sc CIF. “Apesar de desafios climáticos e pragas, a recuperação da produtividade média, impulsionada pelas chuvas recentes, garante uma produção robusta. No entanto, a demanda continua fraca, deixando o mercado dependente de novos contratos de exportação para evitar quedas nos preços até abril”, concluiu o analista.
Ritiele Rodrigues – ritiele.rodrigues@safras.com.br (Safras News)
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