Produção brasileira de algodão em 23/24 é revisada para 3,66 milhões de toneladas – Safras

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     Porto Alegre, 27 de agosto de 2024 – A produção brasileira de algodão foi revisada por Safras & Mercado para 3,66 milhões de toneladas, refletindo um leve ajuste positivo na área semeada e, especialmente, uma melhora na perspectiva de produtividade. A área plantada com algodão no Brasil foi elevada de 1,97 para 1,99 milhão de hectares, com surpresas positivas na Bahia e Mato Grosso. Um crescimento perto de 19% em relação à safra passada, quando ficou em 1,68 milhão de hectares.

     Conforme o consultor e analista de Safras & Mercado, Gil Barabach, o algodão acabou avançando sobre área de milho de segunda safra no Mato Grosso, devido melhor rentabilidade financeira da fibra. “Na Bahia, o segundo maior produtor, a área com algodão cresceu 10% em relação ao ano anterior”, acrescenta.

     Apesar do aumento na área plantada, a produtividade ficou mais baixa na safra 23/24, devido à falta de chuva no início do desenvolvimento das lavouras. “A melhora no quadro de umidade na parte final do desenvolvimento das lavouras aliviou o problema e favoreceu uma revisão para cima nas projeções de produtividade”, pondera o consultor. Em linhas gerais, a produção deve crescer perto de 13% em comparação ao ano passado, quando ficou em 3,25 milhões de toneladas. Um percentual menor que o aumento na área, em função da questão climática e da menor produtividade média em comparação à safra 22/23.

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     O avanço na produção favorece o crescimento das exportações de algodão brasileiras, projetadas para a temporada 24/25 (agosto a julho) em 2,85 milhões de toneladas. Isso corresponde a um incremento de 6% em relação ao ciclo comercial 23/24, onde as exportações de algodão alcançar 2,68 milhões de toneladas, colocando o país como principal exportador mundial. “Na atual temporada a concorrência externa tende a ser mais acirrada, especialmente com os EUA, que deve colher mais algodão esse ano e seguir agressivo na ponta vendedora”, lembra o analista.

     Já a demanda doméstica de algodão deve crescer pouco mais de 4%, alcançando 710 mil toneladas. O preço mais baixo do algodão, a maior produção e as melhorias nas projeções de crescimento da economia nacional influenciam esse desempenho. “Em todo caso, o avanço da demanda não será suficiente para compensar o crescimento da produção, o que resultará em um aumento dos estoques ao final da temporada 24/25 (agosto a julho) no Brasil, que devem totalizar 938 mil toneladas”, relata Barabach. Isso representa um incremento de 12% em comparação ao ciclo anterior.

     A ideia inicial é que a área semeada com algodão volte a crescer na próxima safra (24/25), que corresponde à temporada comercial 25/26 (ago/jul), devido ao aumento do interesse pela fibra como alternativa de segunda safra no Mato Grosso, por apresentar melhor resultado financeiro em comparação ao milho. Além da recuperação de área junto aos produtores que haviam migrado do algodão para o milho, observa-se também o interesse de novos produtores pela fibra, especialmente nas fronteiras agrícolas do Matopiba. A intenção de plantio de julho da Safras apontou um aumento na área de 2,5%, mas a movimentação em torno do algodão em regiões-chave do Mato Grosso e Bahia sinaliza que o aumento da área pode ser maior do que o esperado inicialmente.

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     Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência Safras News

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