Mesmo com demanda de frango aquecida, preços não tem grandes alterações

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Porto Alegre, 16 de dezembro de 2022 – O mercado brasileiro de frango registrou preços de estáveis a mais baixos para os cortes negociados no atacado e na distribuição, se comparados à semana anterior. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, nem mesmo a demanda da primeira quinzena de dezembro, período tradicional de maior procura pela proteína, teve força para alterar o quadro travado.

No quilo vivo, os preços se mantiveram em todos estados, com exceção de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, onde houve declínio nas cotações. O cenário se dá por conta do elevado alojamento de pintos de corte durante o segundo semestre, que levou o mercado a um evidente quadro de oferta excedente.

No mercado de frango abatido congelado e resfriado, Iglesias sinaliza que o quadro também é de difícil recuperação, considerando a dificuldade de alocação dos cortes. “Esse ambiente negativo é notório para diversos cortes no atacado, em especial do peito de frango”, esclareceu.

De acordo com o analista, os custos da nutrição animal ainda exercem pressão sobre a margem da atividade, que segue negativa, em consequência dos preços elevados do milho e do farelo de soja.

Exportações

As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 219,233 milhões em dezembro (7 dias úteis), com média diária de US$ 31,319 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 108,923 mil toneladas, com média diária de 15,560 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 2.012,70.

Em relação a dezembro de 2021, houve alta de 8,5% no valor médio diário, perda de 6,7% na quantidade média diária e avanço de 16,3% no preço médio. Os dados são do Ministério da Economia e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Preços internos

Segundo levantamento de SAFRAS & Mercado, no atacado de São Paulo os preços dos cortes congelados de frango não tiveram mudanças ao longo da semana. O preço do quilo do peito se manteve em R$ 8,30, o quilo da coxa em R$ 7,45 e o quilo da asa em R$ 11,50. Na distribuição, o preço do quilo do peito continuou em R$ 8,50, o quilo da coxa em R$ 7,65 e o quilo da asa em R$ 11,75.

Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário na semana também não teve alterações nas cotações. No atacado, o preço do quilo do peito ficou em R$ 8,40, o quilo da coxa em R$ 7,55 e quilo da asa em R$ 11,60. Na distribuição, o preço do quilo do peito continuou em R$ 8,60, o quilo da coxa em R$ 7,75 e o quilo da asa em R$ 11,85.

O levantamento semanal realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que, em Minas Gerais, o quilo vivo teve estabilidade em R$ 5,20 e em São Paulo diminuiu de R$ 5,30 para R$ 5,10.

Na integração catarinense a cotação do frango se manteve em R$ 4,30. Na integração do oeste do Paraná recuou de R$ 5,25 para 5,20 e na integração do Rio Grande do Sul de R$ 5,15 para 5,05.

No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango continuou em R$ 5,15, em Goiás em R$ 5,15 e no Distrito Federal em R$ 5,20.

Em Pernambuco, o quilo vivo permaneceu em R$ 5,70, no Ceará em R$ 5,70 e, no Pará, em R$ 5,90.

Produção brasileira de frango avança em 2022

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projetou, em coletiva on line de imprensa realizada hoje, que a produção de carne de frango deverá alcançar neste ano até 14,5 milhões de toneladas, número 1,5% superior ao registrado no ano passado, com 14,329 milhões de toneladas. Já o volume projetado para 2023 poderá chegar até 14,750 milhões de toneladas, volume 2% maior em relação a 2022.

Nas exportações, as projeções apontam para embarques totais neste ano de até 4,850 milhões de toneladas, número 5% superior ao alcançado em 2021, com 4,610 milhões de toneladas. Em 2023, as vendas internacionais poderão chegar até 5,200 milhões de toneladas, volume que supera em 8,5% as exportações projetadas para 2022.

A oferta interna de carne de frango em 2022 deve alcançar até 9,7 milhões de toneladas, 0,2% a menos que o volume ofertado em 2021, de 9,719 milhões de toneladas. Para 2023, a disponibilidade doméstica deve chegar até 9,75 milhões de toneladas, alta de 0,5% frente ao volume previsto para este ano.

Com relação ao consumo per capita, o índice deverá alcançar este ano até 45,1 quilos per capita, número 0,8% maior que o consumo registrado em 2021, com 45,5 quilos. Já em 2023, o consumo per capita projetado deve alcançar até 45,5 quilos, número 0,8% maior que o esperado para 2022.

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Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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