Alta em Nova York e dólar sustentam mercado brasileiro de algodão

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Algodão

     Porto Alegre, 16 de dezembro de 2022 – O mercado brasileiro de algodão encerrou a semana com preços firmes, encontrando respaldo na alta na Bolsa de Nova York (ICE Future US) e no dólar. O movimento seguiu calmo, com alguns negócios pontuais, informou a SAFRAS Consultoria.

     Nesta quinta-feira (15), o preço do algodão chegou a R$ 5,35 por libra-peso, alta de 1,90% em relação à quinta-feira passada (8), quando era cotada a R$ 5,25 por libra-peso. Já comparado ao mesmo momento do mês passado houve uma desvalorização de 0,93%, quando era cotado a R$ 5,40 por libra-peso. No acumulado de um ano, as perdas foram de 16,01%, quando era cotado a R$6,37 por libra-peso.

     No FOB exportação do Porto de Santos/SP, o produto nacional terminou o dia 15 indicado a 99,02 centavos por libra-peso, correspondendo a um recuo de 0,18% em relação ao mesmo período da semana anterior.

     O prêmio pago pela pluma chegou a +17,99 centavos por libra peso contra ICE US. Enquanto há uma semana era +18,35 centavos por libra-peso e há um mês era +13,19 centavos por libra-peso. Esses números confirmam que o mercado doméstico segue ajustado à paridade de exportação e valorizado.

Setor têxtil

     Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (13), o presidente da Abit, Fernando Valente Pimentel, falou sobre o Balanço do Setor Têxtil & de Confecção e Perspectivas para 2023.

     Em panorama das expectativas sobre o setor têxtil e de confecção, Pimental falou que o Brasil, apesar de não ser autossuficiente, tem uma cadeia produtiva mais integrada, o que permite uma condição mais vantajosa para atuar de maneira mais assertiva.

     Sobre os resultados em 2022, “o ano foi bastante sensível para o setor, os impactos foram bastante fortes em questão de custos”, disse Pimentel.

     O presidente ainda cita que a produção têxtil deve fechar o ano com 12,7% de queda, assim como, a produção do vestuário em 7,4% no vermelho. No entanto, o varejo deve fechar em terreno positivo em 4%, continuando a gerar empregos e em algumas regiões até com dificuldades para conseguir pessoas. Em relação as importações de vestuário, tendem crescer cerca de 35,4%, assim como o crédito financeiro que incrementou 8,9% em 12 meses.

     Quanto as vendas, ele disse que há uma expectativa de aumento para 2023. “Em 2021, as vendas cresceram bem. Mas o mercado começou a fraquejar em outubro, sentindo (um impacto negativo) a partir de janeiro (2022), e despencando em fevereiro e março. Depois voltou a se recuperar, mas não conseguiu alcançar o mesmo patamar de antes”, finaliza.

     Para 2023, ele prevê um crescimento bem pequeno na produção de 0,9%, as vendas internas devem aumentar 1,1%, enquanto as importações devem ficar com acréscimo de 4,5%, ante 0,5% em 2022. Quanto as exportações, tendem a ficar quase estáveis comparado com 2022 – +0,3%.

     O presidente da Abit diz que para 2023 eles estão prevendo um crescimento na produção. Porém, o cenário é bastante conservador e tudo dependerá de questões políticas.

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     Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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