Preços do açúcar sobem em NY com petróleo, mas fundamentos são baixistas

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     Porto Alegre, 21 de janeiro de 2022 – A terceira semana de janeiro foi de forte volatilidade para o açúcar na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Após ter atingido a mínima em 18,60 centavos de dólar por libra-peso, o contrato março acabou atingindo a máxima em 19,33 cents, tendo uma amplitude de oscilação de 3,92%. E o balanço da semana foi de cotações mais altas.

     Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci, o pivô para os ganhos vistos logo no início da semana foram os avanços do barril de petróleo tipo Brent negociado em Londres, que saíram de US$ 82,50 o barril para US$ 87,80 o barril. “Tensões geopolíticas foram os motivos para os avanços do petróleo. O petróleo mais caro eleva a gasolina e tende a aumentar o consumo de etanol, que por sua vez resulta na redução da oferta de açúcar”, indica.

     Os preços da commodity recuaram brevemente no fim da semana diante dos fundamentos, com aumentos produtivos do Brasil e da Ásia. Mas, no balanço dos últimos sete dias, entre as quintas-feiras 13 e 20 de janeiro, o contrato março acumulou alta de 4,6%, saindo de 18,10 para 18,93 centavos.

     No mercado físico brasileiro de açúcar, a entressafra segue deixando o mercado esvaziado no curto prazo. Isso ocorre tanto pelo lado das usinas, que tem pouca oferta quanto pelas indústrias processadoras de alimentos que evitam fechar contratos de fornecimento de oferta nesta época do ano, de oferta curta e preços mais altos. As cotações recuaram da faixa de R$ 152,00 a saca de 50 kg para R$ 150 a saca de 50 kg entre a semana anterior e a atual.

EXPORTAÇÕES

     A receita diária média obtida com as exportações brasileiras de açúcar e outros melaços está em US$ 21,530 milhões em janeiro de 2022, com 10 dias úteis até o dia 16. Já o volume médio diário de exportações atingiu 60,356 mil toneladas. Foram exportadas até então 603.558 toneladas de açúcar em janeiro, com receita total de US$ 215,298 milhões e um preço médio de US$ 356,70 por tonelada.

     Na comparação com a média diária de janeiro de 2021, de US$ 30,511 milhões, verifica-se queda de 29,44% no valor obtido diariamente pelas exportações de açúcar em janeiro de 2022.

     Em volume, há recuo de 39,73%, ante as 100,140 mil toneladas diariamente embarcadas em janeiro de 2021. Já o preço médio subiu 17,07%, ante os US$ 304,7 por tonelada verificados em janeiro de 2021.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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