Cotações do milho mantêm tom altista e foco na soja restringe oferta

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     Porto Alegre, 21 de janeiro de 2022 – O mercado brasileiro de milho seguiu com seu quadro de cotações firmes e em elevação nas principais praças de comercialização do país. A oferta segue limitada e os compradores que aparecem no mercado em busca de milho têm de pagar mais caro para garantir seu abastecimento.

     A quebra da safra de verão, sobretudo com a falta de chuvas no Sul, é um fato grave e a tendência é de revisões para baixo nas estimativas de produção. Com um mercado que já vem com oferta apertada e de uma safrinha 2021 quebrada, a produção problemática também de verão em 2022 agrava o quadro.

     O analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, destaca que o foco agora cada vez mais passa a ser a colheita, logística (transporte) e comercialização da soja. O milho acaba sendo deixado mais de lado, o que reduz mais a oferta do cereal, dando suporte às cotações. “O mercado está sem qualquer sintoma de baixa”, destaca Molinari.

     No balanço dos últimos sete dias, entre as quintas-feiras 13 e 20 de janeiro, o milho em Campinas/CIF na venda subiu de R$ 100,00 para R$ 102,00 a saca, com alta de 2,0%. Na região Mogiana paulista, o cereal na venda avançou de R$ 97,00 a saca para R$ 100,00 a saca, elevação de 3,1%.

     Em Cascavel, no Paraná, no comparativo semanal, o preço subiu de R$ 98,00 para R$ 99,00 a saca, valorização de 1,0%. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação permaneceu estável em R$ 85,00. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, o valor subiu de R$ 101,00 a saca para R$ 105,00, alta de 4%.

     Em Uberlândia, Minas Gerais, a cotação seguiu em R$ 95,00 a saca. Em Rio Verde, Goiás, o mercado manteve-se em R$ 90,00.

SAFRA

     A produção brasileira de milho em 2021/22 deverá atingir 115,640 milhões de toneladas, segundo a nova estimativa de SAFRAS & Mercado. “O volume é inferior às 116,085 milhões de toneladas previstas em dezembro, mas ainda fica bem acima das 90,77 milhões produzidas na temporada 2020/21. O ajuste em relação aos números divulgados no mês passado leva em conta os problemas de estiagem registrados nos estados do Sul do Brasil”, ressalta o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari.

     Para a safra de verão 2021/22 a produção de milho foi revista para baixo novamente por SAFRAS & Mercado devido às perdas de produção causadas pelo fenômeno climático La Niña no Paraná e no Rio Grande do Sul. A colheita deverá atingir 21,590 milhões de toneladas, aquém das 22,556 milhões de toneladas projetadas em dezembro e abaixo também das 21,645 milhões de toneladas colhidas na primeira safra 2020/21.

     Molinari destaca que a safra do Rio Grande do Sul tem quebras previstas até agora de 22,5% frente às 3,762 milhões de toneladas colhidas em 2020/21, ficando em 2,914 milhões de toneladas, mesmo volume indicado em dezembro. “A safra do Paraná tem uma expectativa de perda de 10,7% em relação às 4,157 milhões de toneladas produzidas na temporada de verão passada, ficando em 3,712 milhões de toneladas. Em dezembro, a safra paranaense havia sido indicada em 4,285 milhões de toneladas”, afirma.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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