Porto Alegre, 18 de março de 2022 – Com os preços internacionais sinalizando para um movimento lateral e com o câmbio voltando a se aproximar de R$ 5,00/US$, o mercado doméstico de trigo segue lento e sem grandes alterações nas cotações. Os vendedores permanecem pouco flexíveis em relação às pedidas, que estão próximas a R$ 2.200/t no Paraná e R$ 2.100/t no Rio Grande do Sul. A avaliação é de SAFRAS & Mercado.
A indicação dos moinhos é de R$ 2.000/t e de R$ 1.900/t nos dois estados, respectivamente. Destaque para a indicação de preços para a safra nova em Minas Gerais a R$ 1.800/tonelada. A paridade de importação com a Argentina segue cerca de 7% acima das indicações de preços atuais no Paraná. Contudo, historicamente o cereal do país vizinho apresenta um ágio sobre o nacional. Isso sugere que as cotações domésticas podem estar próximas a um realinhamento com os preços internacionais.
“Adotar uma postura mais agressiva no mercado em momentos de grande volatilidade é uma estratégia arriscada. Uma eventual solução para o conflito entre Rússia e a Ucrânia, juntamente com o ingresso da safra do Hemisfério Norte nos próximos meses, derrubaria as cotações internacionais. Pela paridade de importação, os preços domésticos também seriam pressionados”, explica o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento.
Argentina
O Ministério da Agroindústria da Argentina estimou, em seu relatório de março, destacou que a safra de trigo do país em 2021/22 atingiu 22,1 milhões de toneladas, crescimento de 25,6% frente às 17,6 milhões de toneladas registradas na temporada 2020/21. Não houve mudanças em relação aos números previstos em fevereiro.
A área de trigo do país na safra 2021/22 ocupou 6,75 milhões de hectares, um aumento de 0,7% frente aos 6,7 milhões de hectares cultivados na temporada anterior (2020/21). Não houve alterações frente à área prevista em fevereiro.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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