Preço do trigo cai 8% no Brasil em setembro, mas tendência é invertida no fim do mês

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Porto Alegre, 30 de setembro de 2022 – O mercado brasileiro de trigo encerrou setembro com queda de 8,1% nos preços nacionais. No Paraná, a queda foi de 6,1% e no Rio Grande do Sul, de 10,1%.

As cotações começaram o mês apresentando alguma acomodação no Brasil. O movimento é normal para o período, uma vez que o mercado interno sente a pressão de oferta com o início da colheita no Paraná.

A tendência para o período era de que as pontas compradora e vendedora se reaproximassem com o avanço da ceifa. O que se observou, no entanto, foi uma manutenção da postura defensiva dos produtores, ainda não aceitando negociar em patamares mais baixos. A indústria, por sua vez, seguiu realizando compras pontuais, acreditando em retrações mais significativas a partir da colheita no Rio Grande do Sul.

Apesar da retração mensal, os preços tanto no Rio Grande do Sul quanto no Paraná seguem em patamares bastante elevados na comparação com igual período do ano passado. Isso leva em conta a elevação das cotações internacionais desde o início da guerra na Ucrânia.

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, nas primeiras três semanas de setembro, o mercado internacional esteve equilibrado, com o dólar acomodado, o que manteve o viés sazonal baixista. No fim do mês, houve uma inversão graças à questão climática no Paraná. As lavouras do estado receberam fortes chuvas durante a colheita, o que compromete a qualidade do grão.

Na última semana de setembro, os preços subiram 3% no Paraná. No Rio Grande do Sul, ainda não houve variação pois os moinhos estão fora do mercado. Para exportação do grão gaúcho, a alta foi e 2,8% no período.

“Para outubro, tudo vai depender do clima. Se essas perdas forem confirmadas, se o dólar seguir acima dos R$ 5,40 e se o mercado internacional continuar firme, a tendência é de que o viés passe a ser de alta para os preços”, Bento considera que as perdas de qualidade já são certas. O volume não deve ser muito afetado, visto que o grão já estava formado. “Esse trigo afetado vai ser usado para ração. Deve haver uma diminuição na oferta para farinha e isso puxa o preço para cima”, explicou.

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Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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