Safra 2024/25 de café será influenciada pelo fenômeno La Niña, com intensidade fraca a moderada – Rural Clima  

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     Porto Alegre, 1 de agosto de 2024 – Durante o 6o Fórum Café e Clima Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), o agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos, apresentou o painel “Previsões climáticas para a safra 2025 – como se prevenir do La Niña”.

     “Um dos grandes motivos que levaram à queda da produção de café no Vietnã foi o El Niño”, disse o agrometeorologista. As águas frias no Oceano Índico inibiram a entrada das frentes, ou seja, o aporte de umidade para o sul da Ásia. E as águas quentes, o El Niño, tiraram completamente as chuvas do sul da Ásia. Tirando as chuvas, que foram muito abaixo da média, acabou afetando a produção de café no Vietnã.

     No Espírito Santo e em Rondônia, a produção também foi afetada pelas altas temperaturas e por chuvas abaixo da média ao longo da safra.

     De acordo com Marco Antônio, nos próximos quarenta dias, há uma possibilidade de chuvas no final de semana do dia 10 de agosto em Guaxupé/MG. A previsão para o mês na região de Guaxupé é de tempo seco, com chuvas bem pontuais e com temperaturas um pouco mais frias de madrugada e manhã, e ao longo do dia algo mais quente. Ou seja, agosto será marcado por temperaturas acima da média. O mesmo é visto para o Cerrado de Minas Gerais, na região de Coromandel/MG.

     “Tem se observado uma grande amplitude térmica, que é a diferença de temperaturas da manhã para a tarde, onde de manhã as temperaturas são bem mais amenas e nos períodos da tarde bastante quente, batendo quase 30 graus”, ponderou, acrescentando que essa amplitude deverá permanecer ao longo do mês de agosto e início de setembro.

La Niña

     Segundo o agrometeorologista, ainda não estamos sob efeito do fenômeno La Niña, estamos ainda sob o efeito de uma neutralidade. Teremos La Niña este ano. No entanto, o fenômeno deve chegar mais tarde, pela primavera. Mais para o final de setembro e outubro, e isso fará com que as chuvas cheguem dentro de uma normalidade na região de atuação da Cooxupé.

     “O La Niña tende a vir mais brando e no máximo moderado em termos de intensidade e não trará nenhum prejuízo para a safra brasileira. Pelo fato de o La Niña vir brando este ano, dificilmente teremos longos períodos de estiagem”, pontuou.

     Encaminhando-se para o fim, Marco Antônio disse que a safra 2024/25 será sim influenciada pelo La Niña, sendo fraca a moderada em intensidade, e só ganhará força na primavera. Até lá, o clima seguirá dentro da neutralidade, sem nenhum fenômeno climático, e deverá ser um fenômeno de curta duração, perdendo força no verão de 2025. “O pico do fenômeno La Niña deverá ocorrer entre o final de dezembro e início de janeiro. Caso isso aconteça, poderemos ter um final de ano mais seco e com temperaturas um pouco mais altas”, finalizou.

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     Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Safras News Copyright 2024 – Grupo CMA