Ritmo de negócios segue calmo, mas arroba do boi reage em São Paulo e Mato Grosso

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Porto Alegre, 17 de março de 2023 – O mercado físico do boi gordo apresentou um cenário de inexpressivos negócios ao longo da semana. De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, a demanda da virada do mês foi aliada para a alta das cotações país afora. “Nessa semana, contudo, com exceção de São Paulo e de Mato Grosso, o movimento começou a perder intensidade pelo desaquecimento da demanda após o efeito positivo da entrada dos salários na economia”, explica.

Iglesias afirma que o pecuarista manteve a estratégia de reter o gado no pasto, o que ajudou a sustentar os preços, o que é compreensível diante da boa condição das pastagens, em especial no Centro-Norte do Brasil. “De modo geral, o mercado segue em alerta, na expectativa para que um novo movimento mais contundente de alta no preço da arroba possa surgir assim que houver uma retomada das exportações para a China”, disse.

Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi a prazo ficou em R$ 280,00, contra R$ 270,00 da última semana, avançando 3,7%. Em Dourados (MS), a arroba foi mantida em R$ 265,00. Em Cuiabá (MT), a arroba ficou indicada em R$ 251,00, avanço de 1,62% frente aos R$ 247 da semana passada. Em Uberaba (MG, o preço a prazo se manteve em R$ 260,00 por arroba. Em Goiânia (GO, a indicação foi de R$ 250,00 para a arroba do boi gordo a prazo, mesmo valor registrado na última semana.

Mercado atacadista mantém negócios acomodados e preços estáveis

No mercado atacadista, o cenário foi de negócios acomodados no decorrer da semana. A tendência, para a segunda quinzena de março, é de que haja pouco espaço para a recuperação dos preços, uma vez que período conta com um menor apelo ao consumo.

Iglesias sinaliza que a concorrência com a carne de frango é outro fator importante para justificar o menor espaço para alta dos preços da carne bovina. O quarto traseiro foi cotado a R$ 20,30 por quilo e o quarto dianteiro bovino a R$ 14,30 por quilo, valores inalterados frente à semana passada.

Receita das exportações de carne bovina perde força

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 328,357 milhões em março (8 dias úteis), com média diária de US$ 41,044 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 67,427 mil toneladas, com média diária de 8,428 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.869,80.

Em relação a março de 2022, houve perda de 9,6% no valor médio diário da exportação, alta de 9,6% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 17,5% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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