Porto Alegre, 29 de fevereiro de 2024 – A Kepler Weber (KEPL3) fechou o quarto trimestre de 2023 com R$ 502,2 milhões em receita líquida, permanecendo praticamente estável em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Importante ressaltar que foi o melhor resultado entre os trimestres do ano de 2023. Ao longo de 2023, a empresa atingiu R$ 1,5 bi de receita, o segundo melhor resultado já alcançado na história, ante R$ 1,8 bi do ano anterior, marcado pela supervalorização de commodities e considerado excepcional.
A empresa destaca, em mensagem ao Mercado, que a trajetória de retomada de vendas foi solidificada no último trimestre, que fechou com o melhor desempenho do ano.
“A performance de 2023, marcada por desafios e conquistas, manteve a Kepler como referência no setor, impulsionada por resultados robustos e uma visão estratégica de crescimento e sustentabilidade”, diz trecho do comunicado.
O EBITDA do trimestre ficou em R$ 117,2 milhões, com margem de 23,3%, uma redução de 6.8 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2022. No ano, o EBITDA foi de R$ 336,7 milhões, redução de 38,6% em comparação com o acumulado de 2022 (R$ 548,2 milhões), e margem de 22,3%, 7.9 menor.
“Mesmo diante de um cenário de queda nos custos de commodities, retração da renda do produtor rural e taxas de juros em patamares elevados, que arrefecem as vendas e a rentabilidade, a companhia conseguiu manter uma margem EBITDA saudável, o que demonstra resiliência e o adequado posicionamento estratégico de 2023”, afirma o relatório.
O lucro líquido no trimestre ficou em R$ 94 milhões, com margem de 18,7%. No ano, a lucratividade foi de R$ 245,2 milhões e margem de 16,2%.
O Retorno sobre o Capital Investido (Roic) em 12 meses foi de 44,2%, uma redução de 59,6 pontos percentuais em relação a 2022.
“Ao projetarmos 2024, vislumbramos um cenário favorável embora cientes dos desafios. O clima adverso em algumas regiões e os preços moderados das commodities agrícolas são fatores que demandarão nossa atenção”, afirma o comunicado, que destaca a pressão causada sobre o agronegócio pelo déficit de armazenagem e aponta oportunidades de negócios com a queda dos juros e financiamentos públicos.
A Kepler Weber também reporta ao Mercado que constatou uma virada de carteira superior neste início de 2024 em comparação ao registrado no começo de 2023.
“Adicionalmente, as agroindústrias, cooperativas e operadores de portos e terminais continuarão investindo, sustentando o desenvolvimento do setor”.
Entre as áreas de negócio da companhia, Portos e Terminais e Reposição e Serviços se destacaram.
Reposição e Serviços
Com receita líquida de R$ 88,3 milhões no trimestre, o segmento cresceu 32,8% ante os R$ 66,5 milhões do igual período do ano anterior. No ano, a receita foi de R$ 271 milhões, contra R$ 211 milhões de 2022, um crescimento de 27,9%.
A Kepler Weber destaca que o resultado alcançado é parte da estratégia de proximidade com os clientes, que inclui a abertura de novos Centros de Distribuição (CD) pelas principais regiões agrícolas do Brasil, a agilidade na entrega e a sinergia da equipe de vendas. A empresa também ressalva que a área de negócio passou a consolidar, entre março e dezembro, os resultados da Procer, líder em tecnologias para armazenagem de grãos. Portanto, a Receita Líquida ajustada pelos efeitos da consolidação da aquisição (sem considerar a Procer) mostraria um aumento de 5,9% e 8,4% sobre o 4T22 e acumulado de 2022, respectivamente.
Portos e Terminais
O segmento registrou receita líquida de R$ 31,7 milhões no quarto trimestre, volume 5,7% maior que os R$ 30 milhões do mesmo período de 2022. No ano, o crescimento foi de 90,7%, passando de R$ 49,6 milhões para R$ 94,6 milhões.
A companhia diz que o setor foi impulsionado pelo aumento no comércio global e expansão da cadeia de suprimentos. A Kepler Weber também informa uma venda de R$ 35,8 milhões para um porto no Maranhão, com capacidade para 180 mil toneladas. “Esse projeto reforça nosso posicionamento no escoamento da produção agrícola do Arco Norte do Brasil, o que certamente fomentará novos negócios na região”, diz o comunicado.
Fazendas
A área de negócio responsável por atender os agricultores brasileiros atingiu receita líquida de R$ 151,2 milhões no quarto trimestre de 2023, ante os R$ 153 milhões do mesmo período de 2022. No ano, a receita foi de R$ 487 milhões, 25,8% menor que os R$ 656,1 milhões do período anterior, como parte dos impactos provocados pela queda de remuneração dos produtores.
Apesar disso, a Kepler Weber sinaliza para a retomada das vendas a partir do terceiro trimestre, e informa R$ 82 milhões em vendas para grandes e médios produtores. As obras contemplam propriedades da Goiás, Bahia, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná, com três projetos, “demonstrando a retomada de negócios de produtores rurais do Estado”.
Agroindústrias
O segmento fechou o quarto trimestre com receita de R$ 198,8 milhões, maior trimestre em faturamento do ano. Na comparação com igual período de 2022, quando registrou R$ 207,3 milhões, houve queda de 4,1%. Em comparação com o trimestre anterior, a companhia reporta aumento de 28,9%.
“Este resultado foi impactado por investimentos em aumento de capacidade de armazenagem de cooperativas, sendo que uma unidade do Mato Grosso do Sul agregou uma receita líquida de aproximadamente R$ 70 milhões”, destaca o documento.
Ao longo do último trimestre, a Kepler Weber diz ter vendido ampliações de cinco obras de uma cooperativa no Paraná. Os R$ 37,8 milhões devem influenciar os resultados da companhia ao longo do primeiro semestre.
Negócios Internacionais
Com receita líquida de R$ 32,2 milhões, a área de negócio fechou o quarto trimestre com redução de 28,8%, no comparativo com R$ 45,2 milhões registrados no mesmo período de 2022. No ano, a receita atingiu R$ 111,3 milhões, 34,8% menos que o ano anterior, quando somou R$ 170,6 milhões.
“A redução de receita é reflexo, principalmente, da crise hídrica que castigou os dois maiores players da carteira de exportação da Companhia (Paraguai e Uruguai). Já a Colômbia vem enfrentando questões políticas levando a redução dos investimentos”, afirma o documento.
Mesmo com este cenário, a companhia informa três vendas, somando R$ 21 milhões, para países da América do Sul. O faturamento deve impactar os resultados ao longo do primeiro semestre.
As informações são da assessoria de imprensa.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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