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Raízen cai na Bolsa após resultado trimestral e projeções operacionais e de investimentos

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A ação da Raízen (RAIZ4) fechou em queda de 3,91%, cotada a R$ 1,72, no pregão da B3 desta quarta-feira após resultado do primeiro trimestre e apresentação de projeções do Plano Operacional e de Investimentos para o ano-safra 2025/26.

A BB Investimentos disse que a Raízen apresentou, mais uma vez, números negativos em seu resultado trimestral, fechando o ano safra 2024-25 com um prejuízo líquido de R$ 4,2 bilhões. “Em todas as linhas de negócio, o crescimento dos custos foi superior ao crescimento das receitas, pressionando margens e agravando um cenário já desafiador devido ao elevado endividamento da companhia, já que as despesas financeiras vêm consumindo parcela relevante da geração de caixa: no ano, a soma de pagamento de amortizações e arrendamentos chegou a R$ 22,8 bilhões, montante 3,7x superior à geração operacional de caixa, que foi de R$ 6,2 bilhões, e a fonte para suprir esses montantes foi um volume recorde de captações, que chegou a R$ 34 bilhões (+27% a/a)”, analisa a BB-I.

“A dúvida no momento é se a queda de 43% em 12 meses nos papéis da empresa já precifica esse cenário tempestade perfeita da safra 24/25, dado que a companhia ainda espera uma continuidade da queima de caixa em 2026, quando os impactos dos ajustes mencionados e reciclagem de portfólio tragam a alavancagem para níveis mais compatíveis com o tamanho e ritmo de crescimento dos negócios, dado que apenas a atual geração de caixa está distante de promover a desalavancagem”, afirma.

Diante desse cenário, a BB Investimentos considera acertado o movimento atual da companhia, de promover venda de ativos, mudanças na liderança e volta ao core business em mobilidade e açúcar/etanol, mas avalia que os resultados ainda devem demorar a aparecer, dada a necessidade de ajustes operacionais e avanços mais consistentes nos desinvestimentos. O BB-I lembra que a Raízen anunciou no começo desta semana a venda da usina Leme, pelo valor aproximado de R$ 425 milhões, em movimento que deve se intensificar ao longo dos próximos meses.

A BB Investimentos destaca que a Raízen divulgou seu Plano Operacional e de Investimentos para o ano-safra 2025/26, que prevê, em distribuição de combustíveis no Brasil, crescimento de 2% a 3% no volume, com manutenção das margens e expansão da Oferta Integrada em regiões estratégicas. “Entendemos como um guidance ousado, dado o contexto atual de perda de market share pelas companhias listadas frente à categoria outros, porém factível em caso de um avanço mais forte na agenda de fiscalização e regulação do setor. A aposta da companhia envolve a expectativa de redução das informalidades, tributárias e fraudes, bem como foco no fortalecimento da rede. Na Argentina, a Raízen espera manter o ritmo de crescimento da rede Shell e a estabilidade das margens em dólares”, destaca a análise.

O Plano Operacional e de Investimentos para o ano-safra 2025/26 da Raízen também projeta uma economia de aproximadamente R$ 500 milhões no ebitda anual, através da redução e otimização das estruturas corporativas e operacionais. No segmento de Etanol, Açúcar e Bioenergia, a moagem de cana está estimada entre 72 e 75 milhões de toneladas, com um mix mais açucareiro (52% a 54%) e redefinição estratégica do Trading para reduzir riscos e consumo de capital de giro.

A análise cita que a ação da Raízen recua 43% nos últimos 12 meses, um pouco mais do que seus pares sucroenergéticos (Jalles cai 40%, São Martinho -36% no mesmo período). Na opinião do BB-I, “respondendo à alavancagem das companhias e ao contexto do setor de maior necessidade de investimento, tanto em renovação do canavial para compensar desafios climáticos, como em consumo de capital de giro pelo contexto mais desafiador em relação aos desafios com preços e demanda por açúcar e etanol.

“Já na comparação com os pares de distribuição de combustíveis, vemos Ultrapar com uma alta de 8% em 12 meses, enquanto Vibra sobe 50%, sinalizando que a maior alavancagem da Raízen, bem como a incerteza em relação aos retornos com E2G e a esse processo de turnaround traduzem o desempenho em bolsa do papel”, concluem.

Para a XP, os resultados do 4T25 da Raízen refletem os desafios de seu processo de turnaround em andamento, oferecendo uma visão clara da trajetória atual da empresa: a receita líquida foi de R$ 57,7 bilhões (+7,5% A/A e em linha com XPe) e o EBITDA ajustado foi de R$ 1,7 bilhões (-53,3% A/A e -38% vs. XPe).

“A empresa já iniciou passos críticos em direção à reciclagem de portfólio, renovação da liderança e reestruturação de suas operações comerciaisuma estratégia que vemos positivamente”, comentaram os analistas da XP.

Em relação aos números do 1T25, a XP destaca que, no segmento de Açúcar e Renováveis, a menor disponibilidade de produtos foi o principal fator para o resultado abaixo do esperado, compensando mais do que os preços ligeiramente mais altos de açúcar e etanol, embora trading ainda tenha sido um fator de redução de margem no açúcar. No segmento de Mobilidade, o ambiente de oferta no Brasil e problemas com o biodiesel resultaram em margens inferiores ao esperado, enquanto a Argentina ajudou a compensar parcialmente o impacto negativo.

“Embora valorizemos os guidances operacionais e de capex compartilhadas pela Raízen, a perspectiva da empresa permanece ofuscada pela complexidade de seu processo de turnaround e pelas muitas variáveis envolvidas. Assim, continuamos a ver ambiguidade em sua trajetória futura”, disse a XP.

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