São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. A semana que parecia “calma” termina com a ofensiva de Israel contra o programa nuclear e a liderança militar do Irã, eliminando altos comandantes da Guarda Revolucionária e atingindo dezenas de alvos. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o objetivo era debilitar o programa nuclear iraniano, incluindo instalações de enriquecimento de urânio e cientistas envolvidos no desenvolvimento de armas atômicas.
Entre os mortos estão importantes figuras militares iranianas, como o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e outros generais, causando um grande impacto na cadeia de comando do país. O Irã acusou os EUA de apoiar os ataques, mas o secretário de Estado Marco Rubio negou envolvimento, alertando o Irã para não retaliar contra interesses americanos. Israel informou que forram contabilizados mais de 100 drones militares lançados pelo Irã contra instalações nucleares iranianas.
A China manifestou profunda preocupação com os ataques realizados por Israel contra o Irã e pediu contenção para evitar uma escalada no conflito. Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou que qualquer aumento de tensões ou ampliação de conflitos não é do interesse de nenhuma das partes envolvidas. China e Irã mantêm relações amistosas, baseadas principalmente na cooperação energética, com destaque para o fornecimento de petróleo iraniano.
Os preços dos contratos futuros do petróleo operam em forte alta na manhã desta sexta-feira, depois que Israel lançou um ataque ao Irã para alvos militares e nucleares. Há o risco que o Irã bloqueie o estreito de Ormuz, por onde flui boa parte do fluxo da commodity e que liga o Golfo Pérsico ao Oceano Indico. Por volta de 7h56 (horário de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para julho subia 8,39%, cotado a US$ 73,73 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para agosto avançava 8%, cotado a US$ 74,88 o barril.
A semana também trouxe boas notícias em relação à inflação nos EUA, com os Indices de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) e Produtor (PPI, na sigla em inglês) referente a maio abaixo do esperado. Os dados ganharam destaque à medida que os mercados se preparam para a próxima decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), marcada para 18 de junho. As chances de um corte nos juros em setembro aumentaram após a divulgação dos dados, com os mercados precificando uma probabilidade de 57,2%, frente a 53,5% no dia anterior, segundo a ferramenta CME FedWatch.
Para James Knightley, economista chefe internacional nos EUA da ING, não há sinais de aumentos preventivos de preços devido às tarifas comerciais impostas recentemente, mas essa calmaria deve ser temporária. Setores vulneráveis, como vestuário e veículos novos, até registraram quedas de preço em maio. “A expectativa é que os impactos das tarifas comecem a aparecer em julho/agosto, seguindo o padrão observado em 2018, quando tarifas sobre lavadoras levaram três meses para afetar os preços”, afirmou.
Por aqui, hoje saem os números do setor de Serviços referente a abril. A previsão é um aumento de 0,20% em relação a março. No comparativo com o mesmo período de 2024, é projetada uma alta de 1,80%. As estimativas foram calculadas pelo Termômetro Safras. As previsões de sete instituições financeiras consultadas para o resultado mensal variam entre 0,10% e 0,40%, com a média das projeções em 0,23%. Na comparação com abril do ano anterior, as previsões de sete “casas” consultadas variam entre 1,50% e 2,80% (média em 1,90%).
Após uma semana, o mercado continua “calculando o prejuízo” que o conjunto de medidas relacionadas ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que o governo federal enviará via decreto e Medida Provisória para o Congresso Nacional, poderá fazer na economia do país. Entre as principais mudanças que a nova MP deve trazer estão a tributação de 5% sobre títulos até então isentos de Imposto de Renda, como LCI e LCA, o fim da alíquota reduzida da CSLL para fintechs (fixando a tributação em 15% e 20%), o aumento da taxação sobre apostas esportivas de 12% para 18%, e a meta de reduzir os gastos tributários em pelo menos 10%. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que há possibilidade de discutir com as bancadas formas de reduzir os gastos primários, além de tratar da estrutura e funcionamento do mercado de apostas.
A medida provisória (MP) deverá elevar a arrecadação federal em R$ 10,5 bilhões neste ano e em R$ 20,87 bilhões em 2026. A MP foi publicada na noite desta quarta (11), junto de um novo decreto que revoga parte das mudanças no IOF. O Ministério da Fazenda não divulgou as estimativas de economia de despesa. Além de elevar alíquotas, a MP trouxe mudanças nos programas Pé-de-Meia, no seguro defeso e nas regras do Atestmed (atestado médico digital para pedidos de auxílios por incapacidade temporária no INSS.
Segundo a XP Investimentos, as medidas propostas pelo governo indicam um impacto potencial de R$ 18,9 bilhões no próximo ano. “Em nossa visão, a arrecadação não será suficiente para compensar integralmente a redução do IOF (assumindo que um terço de seus efeitos será mantido), e novas medidas podem ser necessárias. Além disso, as alterações no lado das despesas são positivas, mas estão longe de garantir a sustentabilidade do limite de gastos no próximo ano”, aponta a XP, em relatório.
No setor corporativo, a B3 informou que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) no valor total de R$ 378,5 milhões, equivalentes ao valor bruto de R$ 0,07268175 por ação, cujo pagamento se dará pelo valor líquido de R$ 0,06177949 por ação, considerando o número de ações em circulação em 27 de maio de 2025. O montante será imputado aos dividendos obrigatórios do exercício social de 2025.
O Grupo Casas Bahia informou que seu Conselho de Administração aprovou a antecipação da janela de conversão das debêntures da segunda série da escritura da décima emissão de debêntures simples, em três séries, sendo a primeira e a terceira séries simples, e segunda série conversível em ações, de forma a permitir que os titulares das
debêntures da segunda série possam converter suas respectivas debêntures a partir de junho de 2025.
A B3 informou que o volume financeiro médio diário do segmento listado de ações totalizou R$ 27,104 bilhões em maio deste ano, um aumento de 9,7% na comparação anual, segundo destaques operacionais da companhia no mês passado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em relação ao abril de 2025, houve uma queda de 5,8%.
Emerson Lopes / Safras News
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