São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em queda e as bolsas europeias em alta. O dia será marcado pela divulgação do Indice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) referente a maio. Em abril, a alta foi de 0,2% na comparação com março, abaixo do esperado. Em março, o CPI recuou 0,1%. Nos 12 meses até abril, os preços ao consumidor avançaram 2,3%, depois de alta de 2,4% nos 12 meses até março.
Economistas consultados pelo Wall Street Journal esperam que o índice de 12 meses até maio seja de 2,4%, acima dos 2,3% de abril. A leitura do núcleo (core CPI) é prevista em 2,9%, frente aos 2,8% do mês anterior. O índice de preços ao produtor (PPI) será divulgado na sexta-feira. Na semana passada, a ferramenta CME FedWatch, que monitora a probabilidade de ajustes nas taxas de juros pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), apontou uma queda na possibilidade de cortes nos juros a partir da reunião de setembro.
A mudança nas previsões veio depois do payroll de maio, que mostrou a criação de 139 mil vagas de trabalho, ante previsão de 130 mil. Com uma alta nos empregos, a inflação ainda segue pressionada, o que indica ao Fed que os cortes nos juros devem demorar mais para acontecer. Para setembro, a probabilidade de corte nos juros caiu de 54,3% para 51,96%. Já a possibilidade de manutenção subiu de 25,7% para 39,27%. O Fomc se reúne na próxima quarta-feira (18). No mês passado, o Fed manteve os juros entre 4,25% e 4,5% ao ano. Foi a terceira decisão seguida de manutenção da taxa.
Investidores também ficam de olho nos desdobramentos das negociações entre autoridades dos Estados Unidos e China, que estão reunidas em Londres (Inglaterra) tentando desatar o nó comercial criado pelo presidente Donald Trump. Ontem, Trump disse que o país está trabalhando em um acordo comercial com a China, mas ressaltou que Pequim se acostumou a obter concessões de Washington. A declaração reforça as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, com Trump sugerindo que a China se beneficiou de negociações passadas, mas que os EUA agora estão adotando uma postura mais firme.
Por aqui, o mercado fica de olho na participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na audiência pública na Câmara dos Deputados para debater dois temas principais: a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e as novas regras do empréstimo consignado para trabalhadores CLT. O encontro, marcado para as 10h, será realizado em conjunto pelas comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle.
A convite dos deputados Pedro Paulo (PSD-RJ) e Kim Kataguiri (União-SP), Haddad deverá detalhar os impactos das medidas. Pedro Paulo busca esclarecimentos sobre os efeitos da isenção de IR, enquanto Kataguiri questiona o uso do novo consignado, alegando que o programa serve para aumentar a popularidade do presidente Lula.
Além desses temas, o ministro pode ser pressionado sobre alternativas ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e a situação fiscal do país. Como os parlamentares têm liberdade para abordar outros assuntos, a discussão pode se estender a questões econômicas mais amplas.
No domingo, após reunião entre Haddad, e os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, o governo anunciou que será editada uma medida provisória com o objetivo de aumentar a arrecadação e assim permitir a recalibragem do decreto que elevou o IOF. Entre as principais mudanças que a nova MP deve trazer estão a tributação de 5% sobre títulos até então isentos de Imposto de Renda, como LCI e LCA, o fim da alíquota reduzida da CSLL para fintechs (fixando a tributação em 15% e 20%), o aumento da taxação sobre apostas esportivas de 12% para 18%, e a meta de reduzir os gastos tributários em pelo menos 10%. Haddad também mencionou a possibilidade
de discutir com as bancadas formas de reduzir os gastos primários, além de tratar da estrutura e funcionamento do mercado de apostas.
No setor corporativo, o tráfego total de veículos nas rodovias da Motiva (ex-CCR) registrou queda de 10,1% em maio, na comparação anual, para 89,7 milhões de veículos equivalentes, segundo boletim mensal de tráfego divulgado pela companhia. De janeiro a maio, o tráfego total de veículos recuou 4,2% em relação ao mesmo período de 2024, chegando a 491 milhões de veículos.
A Eletrobras informou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu sobre o pedido de reconsideração interposto por um segmento dos usuários da rede, quanto aos valores homologados na receita das transmissoras, para pagamento do componente financeiro da Rede Básica Sistema Existente (RBSE). Considerando a decisão, as últimas três parcelas de receita anual, referentes aos ciclos 2025/2026, 2026/2027 e 2027/2028, a serem recebidas pela companhia, passarão de aproximadamente R$ 6,8 bilhões para aproximadamente R$ 5,5 bilhões, com data base de junho de 2025.
A General Motors (GM) anunciou planos de investir US$ 4 bilhões em três fábricas de montagem nos Estados Unidos. A iniciativa inclui a realocação da produção dos modelos Chevrolet Blazer e Equinox, atualmente produzidos no México, para plantas em território americano. Além disso, a montadora vai converter uma grande fábrica ociosa no Michigan que antes seria dedicada a caminhões totalmente elétricos para a produção de veículos a gasolina.
O secretário-geral da OPEP, Haitham Al Ghais, disse no Global Energy Show, no Canadá, que a demanda global por petróleo continuará crescendo nas próximas décadas, impulsionada pelo aumento da população mundial. A organização projeta que as necessidades energéticas mundiais crescerão 24% até 2050, com o consumo de petróleo ultrapassando 120 milhões de barris por dia.
Emerson Lopes / Safras News
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