Porto Alegre, 26 de maio de 2020 – A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras da região Centro-Sul totalizou 42,46 milhões de toneladas na primeira metade de maio, aumento de 8,76% sobre o volume apurado na mesma quinzena da safra 2019/2020 – 39,04 milhões de toneladas, informou há pouco a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA).
Superando o avanço da colheita, a produção de açúcar aumentou 55,80% na primeira metade de maio deste ano e atingiu 2,50 milhões de toneladas, contra 1,61 milhão de toneladas verificadas em idêntica quinzena do ano anterior. O volume fabricado de etanol, por sua vez, alcançou 1,82 bilhão de litros na quinzena, sendo 503,95 milhões de litros de etanol anidro e 1,32 bilhão de litros de etanol hidratado.
No acumulado desde o início do ciclo 2020/2021 até 16 de maio, a moagem atingiu 103,02 milhões de toneladas – crescimento de 21,67% no comparativo com a safra 2019/2020. Nesse período, 45,31% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar, ante 32,19% registrados na mesma data de 2019. Com isso, a produção acumulada de açúcar alcançou 5,49 milhões até 16 de maio desta safra, contra 2,98 milhões de toneladas verificadas na mesma data do ciclo 2019/2020.
O diretor técnico da UNICA, Antônio de Pádua Rodrigues ressalta que “o incremento de 2,5 milhões de toneladas na produção de açúcar observada até o momento reflete a tendência de uma safra açucareira devido a pior remuneração do biocombustível em relação ao adoçante e ao avanço da colheita em função das condições climáticas favoráveis.” Essa produção também retrata a maior procura pelo açúcar brasileiro no início desta safra, completou o executivo.
De fato, os dados de vendas das usinas do Centro-Sul mostram que a quantidade de açúcar comercializada cresceu nas três primeiras quinzenas da safra 2020/2021. As vendas acumuladas no mercado interno atingiram 975,47 mil toneladas, com crescimento de 4,14%. A quantidade exportada pelas empresas, por sua vez, alcançou 2,38 milhões de toneladas, com alta de 48,88% na comparação com o índice registrado em 16 de maio do último ano.
A fabricação acumulada de etanol desde o início da safra 2020/2021 até 16 de maio totalizou 4,40 bilhões de litros, sendo 1,12 bilhão de litros de etanol anidro e 3,28 bilhões de litros de etanol hidratado.
Esses volumes incorporam a fabricação do renovável a partir do milho. A produção de milho na temporada 2020/2021 acumula alta de 92,42% ante o mesmo período do ciclo 2019/2020, atingindo 293,39 milhões de litros até 16 de maio (86,77 milhões de litros de etanol anidro e 206,62 milhões de litros de hidratado).
Em relação ao número de usinas em operação, 21 unidades iniciaram a safra na primeira quinzena de maio de 2020. Com isso, nesse ano 235 empresas registraram produção até dia 16 de maio, versus 240 unidades industriais em igual data do último ano. Na segunda quinzena de maio, 10 unidades devem iniciar a produção e outras 12 começarão a operar no início de junho.
Do total de unidades em operação, 40 fabricam exclusivamente etanol, sendo 4 dedicadas à produção do biocombustível a partir do milho. Essas unidades que não produzem açúcar foram responsáveis por 15% da moagem e 32% da produção de etanol. “O aumento da produção e a retração nas vendas de etanol têm prejudicado de forma mais intensa as empresas que só fabricam o biocombustível”, explica Rodrigues.
Dados apurados até 16 de maio deste ano mostram que as unidades anexas conseguiram armazenar mais de 90% da produção registrada até o momento. Já destilarias autônomas só conseguiram estocar cerca de 50% da produção do biocombustível, pois não possuem uma alternativa de receita para o pagamento dos custos de produção. “A situação está difícil e as unidades que dependem apenas do etanol são obrigadas a vender o produto a qualquer preço para continuar produzindo e mantendo os empregos. A disponibilidade de recursos financeiros para a armazenagem de etanol seria fundamental para equacionar o problema. Já estamos com praticamente dois meses de safra e ainda não temos nenhuma definição sobre uma eventual linha de financiamento para os estoques de etanol”, acrescentou Rodrigues.
Qualidade da matéria-prima
A qualidade da matéria-prima processada na primeira quinzena de maio, mensurada a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), aumentou 9,25% atingindo 130,82 kg por tonelada em 2020 contra 119,75 kg verificados na mesma quinzena do último ano. No acumulado, o indicador assinala 123,48 kg de ATR por tonelada, com aumento de 7,37% em relação ao valor da safra 2019/2020.
As informações partem da assessoria de imprensa da UNICA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS
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