Primeiro semestre de 2023 deve ter preços firmes para o milho no mercado internacional

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milho

Porto Alegre, 30 de dezembro de 2022 – O primeiro semestre de 2023 tende a ser marcado por preços firmes no mercado internacional de milho. Para o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, a demanda aquecida na Europa, a ausência do Brasil no cenário exportador, as incertezas com relação à safra da Argentina em termos de produção (por conta do plantio tardio) e às limitações de vendas na Ucrânia devido à guerra devem direcionar as atenções para os Estados Unidos, único player com bom volume de oferta. “Se a demanda convergir para os Estados Unidos, os preços internacionais do milho terão suporte”, alerta.

No que tange ao Brasil, as exportações recordes observadas ao longo do ano, superando as 45 milhões de toneladas, devem fazer com que os estoques de passagem do ano comercial 2022/23 fiquem limitados ao redor de 4,4 milhões de toneladas, aquém dos volumes observados no final da temporada comercial 2022/23. Com isso, os preços internos do milho devem encontrar espaços para altas ao longo do primeiro semestre.

Molinari ressalta que, além da oferta limitada, o risco climático para a safra de verão se mostra novamente presente no Brasil, por conta da forte estiagem que atinge o Rio Grande do Sul. Segundo a mais recente estimativa de SAFRAS & Mercado, divulgada neste mês de dezembro, o estado deve produzir 5,885 milhões de toneladas de milho, número que poderá ser revisto como não haja uma normalidade das precipitações no curto prazo. “A safra de verão deverá alcançar 24,892 milhões de toneladas, ficando acima das 21,863 milhões de toneladas produzidas na safra verão 2021/22”, informa.

Um outro fator que pode contribuir para manter os preços do milho aquecidos leva em conta a questão dos fretes. Embora o Brasil possa estar praticamente limitado nas exportações de milho no primeiro semestre, com exceção dos embarques via porto de Rio Grande (RS) em fevereiro e março, há uma concorrência logística com a soja, o que impossibilita o deslocamento do cereal para longas distâncias. “Isso pode fazer com que os preços do milho se acentuem em locais mais próximos aos centros de consumo”, sinaliza.

O analista ainda faz menção à Argentina, importante player exportador, que registra um forte atraso de plantio até o momento “Se as chuvas retornarem, ainda há chance de uma boa safra. Mas, a janela de plantio no país vai somente até janeiro e pode haver problemas no que tange a produção sem que haja maiores chuvas. O volume de milho esperado para o país vizinho varia entre 50 e 54 milhões de toneladas”, conclui.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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