Preços do trigo no Brasil ficam abaixo da paridade de importação; produtores precisam vender

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Porto Alegre, 9 de fevereiro de 2024 – O mercado brasileiro de trigo teve negócios pontuais na última semana. Os preços ficam por volta de R$ 1.200 a tonelada nas regiões de produção. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, as cotações parecem ter encontrado um ponto de suporte para esse momento em que os moinhos estão abastecidos e muitos produtores precisam ir ao mercado para liberar espaço em seus armazéns.

“Diante desse cenário, mesmo com um quadro apertado e com necessidade de aquisições internacionais para atender a moagem dos principais estados produtores do sul do país, os preços domésticos estão abaixo da paridade de importação em relação ao cereal argentino”, salientou. Atualmente essa paridade seria próxima de R$ 1.295/tonelada e de R$ 1.300/tonelada no interior gaúcho e paranaense, respectivamente.

Bento considera que a percepção de que os preços domésticos tendem a ter na paridade de importação a sua principal referência é corroborada pelos volumes expressivos comprados no exterior pelos principais estados produtores do Sul brasileiro.

USDA

O relatório de oferta e demanda de fevereiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe novos números para as safras 2022/23 e 23/24 de trigo global. A produção mundial de trigo em 2023/24 é estimada em 785,74 milhões de toneladas, acima das 784,91 milhões estimadas em janeiro. Para 2022/23, a estimativa ficou em 789,17 milhões de toneladas. Os estoques finais globais em 2023/24 foram estimados em 259,44 milhões de toneladas, contra 260,03 milhões em janeiro. O mercado esperava 260,1 milhões de toneladas. Para 2022/23, as reservas finais foram estimadas em 271,21,85 milhões de toneladas.

A produção do cereal nos Estados Unidos em 2023/24 é estimada em 1,812 bilhão de bushels, mesmo número de janeiro. Para a safra 2022/23, a produção estadunidense ficou em 1,65 bilhão de bushels. Os estoques finais do país em 2023/24 foram projetados em 658 milhões de bushels. O mercado esperava 649 milhões. Em janeiro, foram 648 milhões. Em 22/23, 570 milhões de bushels.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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