Preços do trigo desanimam produtor no Brasil, mas recuperação é improvável na entressafra

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Porto Alegre, 19 de maio de 2023 – O mercado brasileiro de trigo permanece com negócios pontuais. Os preços sofrem pressão baixista em plena entressafra.

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, aqueles compradores que demonstraram algum interesse por novos lotes quando surgiu o boato de uma intervenção governamental, voltaram a se retrair. Na outra, os compradores estão mais reticentes em ir ao mercado.

“Quem não tem necessidade de venda imediata prefere aguardar. O spread entre os preços de mercado e o mínimo estabelecidos pelo governo, especialmente os R$ 1.463/toneladas que passarão a vigorar em julho, segue largo. Diante desse cenário e com a safra nova sem grandes percalços climáticos, parece cada vez menor a chance de uma recuperação das cotações no pico da entressafra”, explicou.

Paraná

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que o plantio da safra 2023 de trigo do estado atinge 50% da área estimada de 1,362 milhão de hectares, contra 1,205 milhão de hectares em 2022, alta de 13%.

Conforme o Deral, 98% das lavouras estão em boas condições e 2% em situação média, com 34% em germinação e 66% em crescimento vegetativo. No dia 8 de maio, 39% da área havia sido plantada, com 99% das lavouras em boas condições e 1% em situação média, divididas entre as fases de germinação (40%) e crescimento vegetativo (60%).

A safra 2023 de trigo do Paraná deve registrar uma produção 4,498 milhões de toneladas, 32% acima das 3,403 milhões de toneladas colhidas na temporada 2022. A produtividade média é estimada em 3.303 quilos por hectare, acima dos 2.830 quilos por hectare registrados na temporada 2022.

Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, os trabalhos de plantio devem começar no final de maio. Os produtores avançam nos preparativos para a safra de inverno, buscando recuperar parte das perdas sofridas no verão. Apesar do otimismo com a cultura, há certo desânimo com os baixos preços do cereal, uma vez que os insumos foram comprados a custos mais elevados, num momento em que a cotação do trigo era mais favorável.

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Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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