Porto Alegre, 1o de março de 2024 – Os preços do trigo caíram de 5% a 6% no Rio Grande do Sul e no Paraná em fevereiro. Os dois estados são as principais referências na produção e comercialização do cereal no Brasil
Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, após um começo de ano com preços elevados, desde outubro – quando foi confirmada a quebra de safra no Brasil -, o mercado brasileiro travou bastante em fevereiro. O ritmo de comercialização diminuiu e os preços, que vinham colados na paridade de importação, caíram.
A formação de preços foi determinada por produtores precisando vender, para abrir espaços em seus armazéns para as culturas de verão, e moinhos bem abastecidos, esperando por negócios de oportunidade. Foi essa necessidade de venda que fez com que as cotações descolassem da paridade de importação e perdessem força. “Isso aconteceu, especialmente, durante a primeira quinzena. Na segunda, houve um maior equilíbrio de forças”, disse o analista.
Os preço na Argentina também caíram no mês, cerca de 9,5%. Isso contribui para a queda da paridade de importação. “A expectativa de recuperação das cotações brasileiras foi obstada pois o trigo argentino ficou mais barato. Mesmo quando o Brasil não compra, apenas a sinalização da possibilidade de aquisição a menor preço no país vizinho já impede qualquer valorização”, explicou.
Tendências
Conforme Bento, a tendência é de que essa situação permaneça em março. “O mercado deve ficar muito ‘de lado’, com moinhos ainda aproveitando oportunidades. O foco segue sobre as safras de verão, com a logística ocupada no escoamento, e os produtores focados na colheita. Assim o trigo deve seguir em segundo plano”, projetou.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência Safras
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