Preços do milho fracos pressionados por baixas em Chicago

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     Porto Alegre, 24 de junho de 2022 – O mercado brasileiro de milho apresentou preços fracos nesta semana, de estáveis a mais baixos na maior parte das regiões. E o ritmo de negócios seguiu lento, com os compradores, especialmente, à espera da entrada da safrinha.

     Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o mercado segue focado na paridade de exportação. Nesse contexto, a forte queda nas cotações dos grãos em Chicago ao longo da semana resultou em queda dos preços nos portos e enfraqueceu os preços da safrinha. O que limitou o impacto de Chicago foi a alta do dólar, que no comercial subiu 4% nos últimos sete dias, fechando nesta quinta-feira a R$ 5,23.

    “Enquanto isso, na ponta consumidora, a estratégia adotada pouco mudou, as compras são pontuais, até a entrada da safrinha no mercado, aí sim haverá espaço para compor os estoques de maneira mais consistente”, indicou.

     Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), o mercado foi pressionado na semana pela aversão ao risco com os temores em relação à economia dos Estados Unidos. Há grandes preocupações nos EUA quanto à inflação e recessão com as elevações em taxas de juros. A desaceleração da economia tende a reduzir o consumo de produtos agrícolas. A alta do dólar frente a outras moedas também tira competitividade dos produtos de exportação.

     Para completar, o clima favorável às lavouras nos Estados Unidos, com chuvas previstas em boa parte do cinturão produtor para os próximos dias pesou sobre as cotações, sobretudo nesta quinta-feira, 23. Nos últimos sete dias, os contratos para dezembro do milho na Bolsa de Chicago caíram 10,8%.

     Assim, voltando ao Brasil, no balanço dos últimos sete dias (entre 16 e 23 de junho, o milho em Campinas/CIF na venda caiu de R$ 92,00 para R$ 90,00 a saca, baixa de 2,2%. Na região Mogiana paulista, o cereal na venda passou de R$ 90,00 a saca para R$ 88,00 a saca, queda de 2,2%.

     Em Cascavel, no Paraná, no comparativo semanal, o preço baixou de R$ 90,00 para R$ 89,00 a saca, desvalorização de 1,1%. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação caiu de R$ 78,00 para R$ 75,00, perda de 3,8%. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, o valor subiu de R$ 94,00 a saca para R$ 95,00, alta de 1,1%.

      Em Uberlândia, Minas Gerais, a cotação passou de R$ 82,00 para R$ 81,00 a saca, baixa de 1,2%. Em Rio Verde, Goiás, o mercado se manteve em R$ 82,00.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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