Preços do feijão comercial são pressionados por maior oferta, enquanto extra é escasso

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 Porto Alegre, 19 de janeiro de 2024 – A semana no mercado brasileiro de feijão foi dinâmica, especialmente na variedade carioca, que experimentou uma entrada significativa de novos lotes. Isso conduziu a uma redução nos preços do produto comercial. Ao longo da semana, aproximadamente 35 mil sacas foram disponibilizadas, sendo pelo menos 5 mil delas comercializadas.

De acordo com  o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, a oferta restrita de feijão preto persistiu, com apenas 1,5 mil sacas ofertadas durante as madrugadas e poucos lotes efetivamente negociados. “A maioria dos compradores adotou uma abordagem cautelosa, testando o mercado e levando amostras para possíveis negociações ao longo do dia”, explicou.

 O feijão carioca extra, especialmente escasso, apresentou apenas uma carga disponível a R$ 410,00/sc no início da semana, levando os corretores a aguardarem a manifestação da demanda antes de comprometer-se com negociações a esse preço.

O feijão carioca nota 8,5 segue sendo o mais ofertado, enfrentando maior pressão nos preços. O valor inicial de R$ 385,00/sc foi ajustado para R$ 370,00/sc durante a semana, com duas cargas efetivamente negociadas. Com poucas transações realizadas, os corretores antecipam a possibilidade de nova pressão nas cotações.

Oferta e demanda

O início da colheita da primeira safra de 2023/24 em Minas Gerais já está em andamento, porém, o volume acumulado até o momento é insignificante. Além disso, os primeiros lotes exibem defeitos de qualidade, o que está influenciando nas ofertas iniciais, estimadas em aproximadamente R$ 300 por saca.

“À medida que a semana chega ao fim, observamos um cenário com poucas transações e um mercado enfraquecido, principalmente devido à escassez dos melhores tipos de feijão”, relatou o analista. De acordo com ele, o setor se prepara para escoar uma produção que visa manter os produtores satisfeitos, fomentando um aumento na área cultivada para a segunda safra de 2023/24. Essa estratégia busca garantir um abastecimento mais robusto no final do semestre.

Segundo Oliveira, após a recente valorização dos preços, o mercado encontra um momento de acomodação. A possibilidade de recuo nas cotações no curto prazo não pode ser descartada. Alguns produtores estão comercializando com valores abaixo da semana passada, diante da maior necessidade de venda.

Negócios pontuais foram reportados, envolvendo lotes de produto extra no interior de São Paulo na faixa de R$ 400 por saca. A resistência por parte dos produtores, tanto no feijão preto quanto no feijão carioca, sugere um cenário de muita cautela, no qual alguns apostam em patamares ainda mais favoráveis diante do quadro atual.

Conforme o último levantamento da Conab, a colheita da primeira safra 2023/24 de feijão no Brasil atingiu 22,1% da área, frente a 17,9% na semana anterior. Já o plantio da segunda safra no Paraná apresentou bom avanço, atingindo pelo menos 19% dos 293,3 mil hectares previstos pelo Deral, com boas condições de desenvolvimento das lavouras.

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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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