Preços do café seguem firmes no começo de 2022

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     Porto Alegre, 07 de janeiro de 2022 – O mercado internacional de café iniciou 2022 com cotações sustentadas para o arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), embora pressionadas para o robusta em Londres. E no Brasil o mercado seguiu firme, com o dólar em elevação completando o cenário para o suporte.

     Seguem as apreensões com a oferta, com as dúvidas produtivas de quanto o Brasil vai colher em 2022, após longas estiagens e as geadas do último mês de julho. E o gargalo logístico internacional segue neste começo de 2022 gerando problemas no abastecimento, por conta da falta de contêineres, espaço nos navios e com a disparada nos valores do frete. Isso reduz os estoques junto às indústrias, o que também contribui para alta no preço do café, como destaca o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach.

     O mercado de café também começa 2022 atento ao cenário financeiro global com a variante ômicron do coronavírus trazendo temores, restrições em países e podendo afetar as economias. Isso é fator baixista para os mercados.

     No balanço desta primeira semana de 2022 até esta quinta-feira, 06, o café arábica na Bolsa de Nova York subiu de 226,10 para 231,70 centavos de dólar por libra-peso no contrato março, alta de 2,5%.Já o robusta em Londres recuou nesta primeira semana de US$ 2.370 para US$ 2.307 a tonelada para março, baixa de 2,66%. Após atingir os patamares mais elevados em 10 anos, Londres apresenta correções técnicas neste começo de 2022.

    O mercado físico brasileiro de café iniciou o ano com preços sustentados pela alta do arábica em NY e do dólar. O dólar comercial na primeira semana do ano acumulou até a quinta-feira elevação de 1,8%. Mas foi lento o ritmo dos negócios. No balanço da semana, o café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais subiu de R$ 1.410 para R$ 1.430 a saca, valorização de 1,4%. Já o conilon esteve mais estável, com o tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, ficando em R$ 825,00 a saca.

OIC

     As exportações de café dos países membros e não-membros da Organização Internacional do Café (OIC) totalizaram 9,246 milhões de sacas de 60 quilos em novembro, segundo mês da safra mundial 2021/22 (que vai de outubro de 2021 a setembro de 2022), contra 10,560 milhões de sacas registradas no mesmo mês de 2020, (-12,4%).

     As exportações acumuladas nos dois primeiros meses da safra 2021/22 somaram 18,869 milhões de sacas, queda de 8,8% em relação ao mesmo período de 2020/21.

     Conforme a OIC, o Brasil exportou 2,930 milhões de sacas em novembro, ante 4,770 milhões no mesmo mês de 2020, queda em torno de 39%. No período 2021/22, acumulado outubro-novembro, o maior exportador mundial de café embarcou 6,361 milhões de sacas, ante 9,274 milhões em 2020/21.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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