Preços do café caem em NY na 1a semana de 2021, mas sobem no Brasil

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    Porto Alegre, 08 de janeiro de 2021 – Os preços do café caíram no acumulado da primeira semana efetiva de negócios de 2021 (até a quinta-feira, dia 07) nas Bolsas de Nova York (ICE Futures US) para o arábica e de Londres (ICE Europe) para o robusta. Mas, no Brasil, o mercado físico apresentou um balanço firme para as cotações, com ritmo lento de negócios.

     Na Bolsa de NY, que baliza a comercialização internacional do arábica, os preços recuaram diante de um ajuste técnico, com correção após recentes altas do fim de 2020. Houve realização de lucros. O mercado também caiu pelas indicações de chuvas benéficas aos cafezais brasileiros, com vistas à safra de 2021.

     A oferta cômoda para os consumidores é um aspecto baixista presente neste começo de ano. As indicações de embarques recordes do Brasil em 2020 e bom fluxo das exportações mundiais em geral trazem tranquilidade ao abastecimento global, e foram determinantes para a pressão sobre as cotações nas bolsas.

     A alta do dólar contra o real fecha o cenário baixista em NY. A subida da moeda americana estimula e traz ainda maior competitividade aos sólidos embarques do Brasil. A volatilidade no mercado financeiro mundial, com as notícias ao mesmo tempo das vacinações e do crescimento preocupante da pandemia em muitos países, mexe com o café e com as outras commodities.

     No balanço da semana até esta quinta-feira, dia 07, o café arábica para março em NY caiu de 128,25 centavos de dólar por libra-peso (fechamento do último pregão de 2020) para 121,10 centavos, acumulando uma baixa de 5,6%. NY já testa e pode romper a importante linha técnica e psicológica de US$ 1,20 para baixo. O robusta na Bolsa de Londres, no mesmo comparativo até esta quinta-feira, caiu 3,6%.

     O mercado físico brasileiro de café teve uma primeira semana efetiva de 2021 de preços firmes. O dólar comercial subiu 4% na semana até a quinta-feira (07), quando fechou em praticamente R$ 5,40. Essa alta deu sustentação às cotações do café em reais no Brasil, apesar das quedas nas bolsas de futuros globais. A necessidade pontual do comprador, com destaque para os cafés arábicas de melhor qualidade, contribuiu para a sustentação dos preços.

     Assim, no sul de Minas Gerais o arábica bebida boa com 15% de catação subiu nesta primeira semana do ano de R$ 590,00 para R$ 610,00 a saca de 60 quilos, alta de 3,4%. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, passou de R$ 400,00 para R$ 410,00 a saca, aumento de 2,5%.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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