Preços da carne suína caem, considerando escoamento fraco

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Porto Alegre, 19 de abril de 2024 – A semana registrou preços mais baixos tanto no quilo vivo quanto nos principais cortes de carne suína do atacado. Segundo o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, o ambiente continua difícil para as cotações, considerando que o escoamento da carne está enfraquecido e com perspectivas pouco promissoras no curto prazo.

“A menor capitalização das famílias e a fragilidade dos cortes do frango (produto substituto), por conta do quadro de oferta elevada, tendem a pesar na decisão de consumo na ponta final. O frango com preços fracos é ruim para a evolução da carne suína”, pontua Maia.

O analista explica que, diante deste cenário, os frigoríficos atuam de maneira retraída na compra do vivo, administrando estoques. “Os suinocultores mostram apreensão com o momento do mercado, avaliando que as margens devem recuar. A forte valorização do dólar frente ao real pode resultar em encarecimento em insumos utilizados na produção, mas por outro lado, torna a carne suína brasileira mais competitiva no mercado externo”, afirma.

Por fim, Maia diz que vale destacar que, diante da produção interna elevada, o alto fluxo de exportações é essencial para o ajuste da disponibilidade no país, importante para a formação de preços.

Preços

Levantamento de Safras & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo no país teve queda de 2,97% na semana, terminando em R$ 5,81. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado desceu de R$ 10,69 para R$ 10,31 (-3,48) e a média da carcaça caiu 3,10%, atingindo R$9,19.

A análise semanal de preços de Safras & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo caiu de R$ 126,00 para R$ 119,00. Na integração do Rio Grande do Sul, o quilo vivo seguiu em R$ 5,30 e no interior do estado passou de R$ 6,20 para R$ 6,10.

Em Santa Catarina, o preço do quilo na integração permaneceu em R$ 5,30 e no interior catarinense o preço foi de R$ 6,15 para R$ 5,95. No Paraná, o preço do quilo vivo registrou queda de R$ 6,25 para R$ 6,05 no mercado livre e, na integração, ficou estável em R$ 5,35.

No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande teve baixa de R$ 6,00 para R$ 5,90 e, na integração, permaneceu em R$ 5,30. Em Goiânia, os preços tiveram desvalorização de R$ 6,25 para R$ 6,00. No interior de Minas Gerais, os preços recuaram de R$ 6,60 para R$ 6,10 e, no mercado independente, de R$ 6,70 para R$ 6,20. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis foi de R$ 6,00 para R$ 5,85 e, na integração do estado, as cotações seguiram em R$ 5,25.

Exportações

As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 96,925 milhões em abril (10 dias úteis), com média diária de US$ 9,692 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 42,599 mil toneladas, com média diária de 4,260 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.275,30.

Em relação a abril de 2023, houve queda de 25,9% no valor médio diário, perda de 17,5% na quantidade média diária e retração de 10,2% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Safras News

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