São Paulo, 20 de maio de 2025 – A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a empresa irá instalar na Margem Equatorial, “a maior estrutura de resposta à emergência já vista em águas profundas e ultraprofundas”, em nota divulgada pela empresa após receber a aprovação, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para o conceito do plano de prevenção a emergências para a atividade exploratória na região, considerada uma nova fronteira petrolífera. O órgão destacou, porém, que a aprovação desta segunda-feira “não configura a concessão de licença para o início da realização da perfuração exploratória”.
“A Petrobras vem cumprindo de forma diligente todos os requisitos e procedimentos estabelecidos pelos órgãos reguladores, licenciadores e fiscalizadores. Temos total respeito pelo rigor do licenciamento ambiental que esse processo exige. Estamos satisfeitos em avançar para essa última etapa e em poder comprovar que estamos aptos a atuar de forma segura na costa do Amapá. Vamos instalar na área a maior estrutura de resposta à emergência já vista em águas profundas e ultra profundas”, disse em nota a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Ontem (19), o Ibama aprovou o conceito do Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF) apresentado pela companhia como parte do Plano de Emergência Individual (PEI), visando a obtenção da licença ambiental para perfuração de poço exploratório em águas profundas do litoral do Amapá.
Segundo o Ibama, a aprovação do conceito do PPAF indica que o plano, em seus aspectos teóricos e metodológicos, atendeu aos requisitos técnicos exigidos e está apto para a próxima etapa: a realização de vistorias e simulações de resgate de animais da fauna oleada.
De acordo com a Petrobras, os testes envolverão mais de 400 pessoas, navios de grande porte e helicópteros, com a realização de vistorias e simulações no local para verificar como a petrolífera responderia em caso de uma emergência. “Portanto, na próxima e última etapa prevista no processo de licenciamento, a Petrobras e o Ibama realizarão uma simulação in loco das ações de resposta a emergência, a Avaliação Pré-Operacional (APO). Nesse exercício, será simulado um evento acidental de vazamento de óleo, com o objetivo de avaliar a eficácia do plano de emergência da Petrobras para a atividade de perfuração”, disse a empresa.
“Durante a APO, serão avaliados pelo Ibama aspectos como a eficiência dos equipamentos, a agilidade na resposta, o cumprimento dos tempos de atendimento à fauna previstos e a comunicação com autoridades e partes interessadas. Por meio da APO, a Petrobras será capaz de demonstrar sua capacidade de atuar com prontidão e estará habilitada para receber a licença para perfuração do poço”, detalha a Petrobras.
O exercício contará com a própria sonda de perfuração NS-42, que será posicionada no local a ser perfurado.
Três fontes próximas ao assunto à disseram Reuters que o navio-sonda que a Petrobras planeja usar para perfurar a Bacia da Foz do Amazonas estará pronto para viajar ao local até o fim do mês, enquanto a empresa corre para obter uma licença de perfuração na região. As fontes disseram que a embarcação deve partir para a região após a limpeza de corais da sonda, que está perto de ser finalizada. O navio-sonda levaria entre 20 e 30 dias para chegar ao Amapá depois de sair do Rio de Janeiro. Assim, até o final de junho a companhia estaria pronta para realizar o simulado.
A Petrobras frisa que o bloco que pretende explorar está “distante mais de 500 km da foz do rio Amazonas e a mais de 160 km da costa, em alto mar”. A região abriga vastos recifes de corais e comunidades indígenas costeiras.
“A atuação da Petrobras na Margem Equatorial, região que compreende a faixa litorânea entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, é pautada no respeito à vida, às pessoas e ao meio ambiente. As atividades da Petrobras são realizadas sob protocolos rigorosos de responsabilidade social e ambiental e a companhia tem ampla e larga experiência técnica, adquirida ao longo de décadas atuando no offshore brasileiro, com reconhecimento mundial em Exploração e Produção em águas profundas. A confirmação da existência de petróleo na Margem Equatorial poderá abrir uma importante fronteira energética para o país, que se desenvolverá de forma integrada com outras fontes de energia e contribuirá para que o processo de transição energética ocorra de forma justa, segura e sustentável”, afirma a Petrobras.
A Petrobras prevê investir US$ 77,3 bilhões dos US$ 11 bilhões previstos em seu Plano de Negócios 2025-2029 em atividades de exploração e produção (E&P), 5% a mais que no plano anterior.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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