A Bolsa de Mercadorias e Futuros de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta quarta-feira com preços acentuadamente mais baixos.
O dia foi de ampla volatilidade e fortes perdas com o dólar firme contra o real e outras moedas sendo aspecto baixista, assim como perdas em outros mercados, como petróleo e grande parte das commodities em bolsas de futuros. Mas pesou muito sobre os preços as notícias que trouxeram um maior otimismo quanto à queda de tarifas americanas impostas para importações de países exportadores. Não ficou claro quais os países, entretanto.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que pretende reduzir tarifas sobre as importações de café. As declarações foram feitas em entrevista à Fox News nesta terça-feira (11) e não citam diretamente o Brasil. As informações são da Reuters e da CNN.
A fala do líder americano surge em meio às negociações entre Brasil e EUA. A expectativa é que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tenha um novo encontro com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, nesta semana, no Canadá, às margens de uma reunião ministerial do G7.
Seguindo o comentário nessa linha de Trump, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse na quarta-feira que os norte-americanos veriam “anúncios substanciais” nos próximos dias com o objetivo de reduzir os preços de produtos como café, banana e outros itens não cultivados nos EUA.
Os negociantes disseram que o maior produtor de robusta, o Vietnã, estava em melhor posição entre os principais produtores para ver as tarifas cortadas por Trump, com as perspectivas para o Brasil e a Colômbia permanecendo menos claras, no entanto.
O Vietnã está trabalhando para assinar um acordo comercial com os Estados Unidos em breve, disse o vice-primeiro-ministro Bui Thanh Son na quarta-feira, no início de uma nova rodada de negociações em Washington. O mercado também aguardava uma decisão da Suprema Corte dos EUA sobre o uso de poderes de emergência por Trump para impor tarifas internacionais abrangentes. As informações partem da Reuters.
Esse cenário pode facilitar o cenário para as grandes torrefadoras e compradores de café dos Estados Unidos, maior país consumidor globalmente, e que desde os tarifaços vêm enfrentando muitas dificuldades.
Nos EUA, os preços do café no varejo subiram quase 21% em agosto em comparação com o mesmo período do ano anterior, e as tarifas da administração Trump são parcialmente responsáveis.
Em julho, o Brasil foi atingido por uma das taxas mais altas, de 50%, enquanto o Vietnã recebeu tarifas de 20% e a Colômbia de 10%.
Os contratos com entrega em dezembro/2025 fecharam a 403,65 centavos de dólar por libra-peso, com desvalorização de 19,05 centavos, ou de 4,5%. A posição março/2026 fechou a 376,65 centavos, com queda de 22,65 centavos, ou de 5,67%.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Safras News
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