São Paulo, SP – A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou a atualização dos números de beneficiários de planos de saúde referente a abril de 2025. No período, o setor totalizou 52,331 milhões de usuários em planos de assistência médica, acima dos 51,334 milhões registrados em março de 2024. Nos planos médico-hospitalares, houve crescimento de 996.834 beneficiários em relação a abril de 2024. Já no comparativo de abril de 2025 com março de 2025, houve crescimento de 151.935 usuários.
Já os planos exclusivamente odontológicos registraram 34,817 milhões de usuários em abril, acima dos 32,873 milhões alcançados em abril de 2024. Houve um aumento de 1,943 milhão de beneficiários em um ano; e de 250.422 em relação a março de 2025. No caso dos planos exclusivamente odontológicos, somaram-se 1.943.532 beneficiários em um ano, tendo evolução de 250.422 usuários na comparação de abril deste ano com o mês anterior.
Em relação aos estados, no comparativo com abril de 2024, o setor registrou evolução de beneficiários em planos de assistência médica em 25 unidades federativas, sendo São Paulo, Amazonas e Minas os estados que tiveram o maior ganho em números absolutos. Entre os odontológicos, todas as unidades federativas registraram crescimento no comparativo anual, sendo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais os estados com maior crescimento em números absolutos.
1° TRIMESTRE
A ANS divulgou nesta semana os dados econômico-financeiros referentes ao primeiro trimestre de 2025. As informações contábeis enviadas pelas operadoras de planos de saúde e pelas administradoras de benefícios à ANS demonstram que o setor registrou lucro líquido de R$ 7,1 bilhões, alta de 114% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado equivale a aproximadamente 7,7% da receita total do período, que foi aproximadamente R$ 92,9 bilhões. Ou seja, para cada R$ 100 de receitas, o setor auferiu cerca de R$ 7,70 de lucro ou sobra.
Também de acordo com as informações recebidas, 78,3% das operadoras reguladas pela ANS (606 no total) terminaram o 1T25 com resultado líquido positivo informado (3,3 pontos percentuais acima do mesmo período do ano anterior).
As operadoras médico-hospitalares, que são o principal segmento do setor, somaram um lucro líquido de R$ 6,9 bilhões. O desempenho deste segmento consolida a recuperação do resultado operacional, ligado às suas atividades diretas, com saldo positivo de R$ 4,4 bilhões na diferença entre as receitas e despesas diretamente relacionadas às operações de assistência à saúde, maior patamar da série histórica. Esse crescimento do resultado operacional se deu de forma expressiva nas cooperativas médicas, medicinas de grupo e seguradoras especializadas em saúde. As
autogestões foram a única modalidade que apresentou prejuízo operacional: quase 0,5 bilhão (55% a mais que no mesmo período do ano anterior).
A remuneração das aplicações financeiras acumuladas pelas operadoras médico-hospitalares, que totalizaram R$ 128 bilhões no final de março de 2025, continua a contribuir fortemente com a composição do seu resultado líquido total. Num cenário de crescimento da taxa de juros básica da economia, o agregado do resultado financeiro foi positivo em R$ 3,6 bilhões no 1T25, aumento de 58,6% em relação ao mesmo período do ano anterior – recorde da série histórica.
De acordo com o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras, Jorge Aquino, o desempenho do setor no 1T25 evidencia a consolidação da recuperação do resultado operacional. “Os dados demonstram a consolidação da recuperação do resultado operacional das operadoras, especialmente das médico-hospitalares, que atingiram o maior patamar da série histórica. Esse desempenho reflete não apenas uma recomposição de receitas, mas também um movimento importante de equilíbrio nas despesas assistenciais. Nosso compromisso segue sendo o de fornecer informações cada vez mais qualificadas e acessíveis para toda a sociedade”, declarou.
SINISTRALIDADE
A sinistralidade, principal indicador que explica o desempenho operacional nas operadoras médico-hospitalares, registrou, somente no 1T25, o índice de 79,2% (3,3 pontos percentuais abaixo do apurado no ano anterior), o que indica que em torno de 79,2% das receitas advindas das mensalidades são utilizadas com as despesas assistenciais. Esta é a menor sinistralidade registrada em um 1T25 na série histórica iniciada em 2018. A redução da sinistralidade nos números agregados é explicada principalmente pela recomposição das mensalidades em proporção superior à variação das despesas assistenciais, movimento percebido no setor desde 2023 e mantido no período observado.
JUDICIALIZAÇÃO
Para o último período analisado, é possível destacar que o total de despesas de judicialização (considerando a série de 12 meses) evoluiu de R$ 1,2 bilhão, ou 0,65% dos eventos indenizáveis (despesas assistenciais) no primeiro trimestre de 2020 para R$ 3,9 bilhões, ou 1,49% dos eventos indenizáveis no 1T25. Além disso, é possível segregar a natureza da despesa de judicialização. Para o 1T25, 62% das despesas tiveram origem em ações classificadas pelas operadoras como as que visavam procedimentos que deveriam ter sido cobertos pelos contratos de planos de saúde, enquanto 38% tiveram origem em ações relacionadas a demandas não previstas nos contratos de planos de
saúde.
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