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Bolsa fecha em leve queda, descola do exterior, por cautela com medidas fiscais; dólar encerra a R$ 5,56

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São Paulo -A Bolsa fechou em leve queda, descolando do exterior, com o mercado cauteloso no aguardo das medidas do governo para compensar o aumento do IOF, que devem ser apresentadas no domingo (8) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o encontro com os líderes partidários.

O Ibovespa chegou a atingir a mínima no interdiário de 135.600,86 pontos e a máxima de 136.889,88 pontos. Na semana, o índice caiu 0,67%.

Entre as ações, as mais sensíveis ao ciclo doméstico, como bancos e consumo, sofreram na sessão de hoje com a apreensão em relação às incertezas fiscais. Magazine Luiza (MGLU3) e Lojas Renner (LRNE3) caíram 5,56% e 4,66%, Banco do Brasil (BBAS3) 2,38%, respectivamente.

Enquanto isso, a Petrobras (PETR3 e PETR4) subiu 1,18% e 0,91% com o petróleo.

O principal índice da B3 caiu 0,09%, aos 136.102,10 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho registrou queda de 0,09%, aos 136.780 pontos. O giro financeiro foi de R$ 24,3 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.

Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital, disse que o fiscal impede o avanço da Bolsa.

“O Ibovespa opera com viés de cautela refletindo tanto fatores externos quanto incertezas domésticas. O tema sobre a proposta de aumento do IOF mantém investidores na defensiva, travando o Ibovespa, que chegou a operar abaixo dos 136 mil pontos ao longo do dia, mesmo com o tom positivo vindo de fora. No exterior, o foco esteve no payroll dos Estados Unidos, que surpreendeu positivamente. Ficou claro que a economia americana criou mais empregos que o esperado em maio e os salários também vieram acima das projeções. O dado reforça a percepção que a maior economia do mundo segue aquecida, que é positivo para o sentimento global, mas por outro lado reduz as apostas em cortes mais agressivos de juros pelo Federal Reserve”.

Max Bohm, estrategista de ações da Nomos, disse que a questão fiscal mexe com a bolsa e o mercado digere o payroll. A bolsa está mais fraca em razão de o governo [querer] mexer na indústria do petróleo como solução para arrecadar sem aumentar o IOF, e isso pode afetar bastante as [ações] da Petrobras e Prio [Petrorio]. Petro tem grande participação no índice, e uma realização depois de meses de alta é natural. Em relação ao payroll, o mercado está bem indeciso do que quer. O dado veio acima das expectativas e mostra que [os EUA] não estão caminhando pra uma recessão, o que é bom para as empresas das bolsas. Por outro lado, se a economia não está tão fraca, pode levar o bc a reduzir [os juros] só o ano que vem, isso faz o que o mercado fique mais volátil. Acredito em um corte [de juros] mais final do ano, a depender dos indicadores econômicos”.

Em relação às medidas do governo, Bohm disse que não acredita que elas “vão ser sustentáveis para redução de gastos, virá algo mais pontual”.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que o payroll mostra que o mercado não está tão forte e o Fed deve cortar os juros em breve.

“A criação de vagas veio um pouco maior do que o mercado estimava, mas com desemprego praticamente estável, salários crescendo em linha na comparação mensal, na anual veio até um pouco mais forte, esperava-se desaceleração para 3,7%, ficou em 3,9%. Mais uma vez setor público contribuindo muito para a desaceleração no saldo de vagas, com 22 mil vagas no mês de maio. O payroll não está tão aquecido como em outros momentos, e acredito que para o banco central americano isso é bem sossegado com a criação de vagas de 139 mil e salário de 3,9%. Claro que se fosse 3,5% seria muito mais confortável, mas imagino que eles [os membros do Fed] vão cortar pelo menos uma vez a taxa de juros em breve sem muita surpresa. A dúvida é se eles vão conseguir fazer mais do que isso. No entanto, dia 18 [reunião do Fed], com a divulgação das projeções, a gente vai ter uma resposta bem clara de como primeiro semestre afetou suas as projeções e o que fazer com juros e inflação no ano”.

No câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,29%, cotado a R$ 5,5690. A sessão foi marcada por certo otimismo com as medidas fiscais que devem ser anunciadas pelo governo na próxima semana. Na semana, a moeda teve desvalorização de 2,64%.

Segundo o analista da Potenza Capital Bruno Komura, “hoje vemos que o dólar continua em tendência de queda o payroll veio em linha com o que o mercado esperava. O aumento salarial acima não desanimou os investidores, e com isso o mercado fica dividido entre dois ou três cortes pelo Fed”.

“Já no Brasil vemos um pouco mais de cautela por conta da reunião sobre o IOF no domingo, e por isso o dólar está com uma movimentação mais contida”, observa Komura.

De acordo com o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, “o principal [tema] é o que vai sair na semana que vem com o fiscal. O Congresso cobrou medidas mais estruturais. Tudo depende do que será apresentado”.

Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “a primeira reação ao payroll foi positiva. Os salários vieram bem acima do esperado, mostrando que a economia dos Estados Unidos não está desaquecendo tão rapidamente quando se imaginava. O cenário de corte de juros do Fed não está tão próximo”.

O payroll de maio apontou a criação de 139 mil vagas (projeção de 130 mil). O salário médio por hora no setor privado somou US$ 36,24 em maio, alta de 0,4% ante os US$ 36,09 registrados em abril e aumento de 3,9%, ante os US$ 34,89 de maio de 2024.

Assim como o dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda. Na falta de um driver específico, a última sessão da semana foi marcada pela expectativa da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) – dias 17 e 18 de junho – e com as medidas fiscais que devem ser anunciadas pelo governo na próxima semana.

Por volta das 16h36 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,900% de 14,910% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,290%, de 14,365%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,780%, de 13,840%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,710% de 13,790% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão desta sexta-feira em alta, com os investidores manifestando otimismo com o payroll de mario mais forte que o previsto, e a retomada das negociações entre EUA e China na próxima segunda-feira (9).

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +1,05%, 42.762,87 pontos
Nasdaq 100: +1,20%, 19.529,95 pontos
S&P 500: +1,20%, 6.000,36 pontos

 

Paulo Holland e Vanessa Zampronho / Safras News

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