Em meio à escalada da guerra comercial com os Estados Unidos, a China declarou estar “derrubando muros” e ampliando suas alianças comerciais, buscando cooperação em vez de confronto. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, afirmou que o país prefere “apertar mãos” a “cerrar os punhos”, reforçando o compromisso de Pequim com o multilateralismo. O presidente chinês Xi Jinping iniciou uma ofensiva diplomática no Sudeste Asiático, com visitas ao Vietnã, Malásia e Camboja, promovendo acordos em cadeias de produção e logística como forma de driblar as sanções americanas.
As tarifas impostas pelo presidente Donald Trump chegaram a 145% sobre produtos chineses neste ano, o que provocou fortes críticas por parte de Pequim, que respondeu com tarifas de até 125% sobre produtos dos EUA. A Organização Mundial do Comércio alertou que essa disputa comercial pode reduzir o comércio bilateral em até 80%, com sérias consequências para o crescimento global. Apesar da tensão, autoridades chinesas reforçam que estão dispostas ao diálogo e que qualquer negociação significativa deverá envolver diretamente Trump e Xi Jinping.
Durante sua visita ao Vietnã, Xi defendeu uma união contra o “unilateralismo” e celebrou dezenas de acordos bilaterais com foco em cooperação produtiva, infraestrutura ferroviária e integração econômica. Em artigo publicado pelo jornal estatal Diário do Povo, a China se posicionou como defensora do livre comércio e da solidariedade global, destacando a política de tarifa zero para países menos desenvolvidos. A mensagem é clara: enquanto os EUA adotam medidas protecionistas, a China busca liderar uma resposta conjunta e cooperativa à turbulência econômica internacional.