A ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, descartou planos de elevar as alíquotas do imposto de renda no orçamento do dia 26 de novembro, após novas projeções fiscais mais favoráveis. A reversão ocorreu depois de rumores sobre possíveis aumentos de impostos terem causado forte reação nos mercados. Além disso, houve um salto nos rendimentos dos títulos britânicos.
Reeves vinha sinalizando que todos teriam de “contribuir mais”, o que muitos interpretaram como uma preparação para romper uma promessa eleitoral e elevar o imposto de renda para financiar metas fiscais ambiciosas.
No entanto, previsões atualizadas do Escritório de Responsabilidade Orçamentária apontaram para um quadro fiscal melhor que o esperado, reduzindo a necessidade de medidas drásticas. Ainda assim, o governo enfrenta grande pressão para levantar dezenas de bilhões de libras. O objetivo é alcançar a meta de equilibrar o orçamento até 2029/2030.
Reação dos mercados
Os mercados, que haviam reagido mal à ideia de aumentos amplos de impostos, continuaram voláteis mesmo após o recuo, com os rendimentos dos gilts (títulos britânicos) em forte alta e a credibilidade fiscal do governo em foco.
Diante da decisão de não elevar o imposto de renda, especialistas afirmam que Reeves poderá recorrer a um conjunto de aumentos menores e mais específicos. Essa medida é criticada por alguns economistas como prejudicial ao crescimento e capaz de aumentar a incerteza fiscal.
Alternativas incluem reduzir limites de renda para faixas tributárias, o que arrecadaria valores significativos, mas atingiria mais fortemente trabalhadores de baixa renda. O governo não comenta os próximos passos, e ainda há outra rodada de projeções fiscais antes da apresentação do orçamento.
Instituições independentes, como o National Institute of Economic and Social Research, alertam que aumentos substanciais de receita são inevitáveis para evitar novas perdas de confiança dos mercados. Medidas semelhantes contribuíram para derrubar o governo Liz Truss.
Antes da eleição, Reeves e o premiê Keir Starmer prometeram não elevar impostos sobre “pessoas trabalhadoras”. Por outro lado, já haviam levantado 40 bilhões de libras no orçamento anterior principalmente via taxação de empresas.

