Porto Alegre, 03 de janeiro de 2020 – O mercado brasileiro de milho inicia 2020 com perspectiva de preços firmes para o primeiro semestre do ano, ao menos. A tendência é de um quadro de oferta apertado contra a demanda, o que deve garantir sustentação às cotações, como avalia o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari.
Molinari observa que, com atraso no plantio ou não, a safrinha será semeada e deve garantir o abastecimento no segundo semestre, regularizando mais o cenário de oferta. “Então, o mercado ficará ao sabor do clima para esta safrinha, dependendo ainda do clima para a safra norte-americana e do fluxo de exportações no segundo semestre”, comenta o analista.
O ponto central para a definição da tendência de mercado do milho no Brasil é a exportação, ressalta Molinari. “Sem um bom volume de vendas no segundo semestre não temos chance de preços altos como em 2019. E, neste caso, precisamos dos preços internacionais em bom nível, de um câmbio acima de R$ 4,00 e de demanda global”, afirma Molinari.
Assim, uma safra dos Estados Unidos sem problemas pode não oferecer esta chance de exportação ao Brasil em 2020. “Somente a demanda interna não é capaz de sustentar os preços”, afirma. “Precisamos de uma exportação de pelo menos 30 milhões de toneladas em 2020”, adverte. Se for maior teremos novamente potenciais problemas de abastecimento, mas se for menor haverá sobras internas de milho.
A temporada 2019/20 (fevereiro/janeiro) deve fechar com recorde nas exportações estimado em 39,8 milhões de toneladas. E esse excelente fluxo de exportações garantiu escoamento da oferta no mercado, promovendo elevação nos preços.
O fato é que a safrinha de 2020 do Brasil e a safra norte-americana estão totalmente em aberto em termos de volume a ser produzido, ante as questões climáticas envolvidas. Estes fatores serão decisivos para a formação de preços do milho na Bolsa de Chicago e no mercado interno. Sendo que com cotações elevadas em Chicago há maior estímulo às exportações.
SAFRAS & Mercado estima uma produção brasileira de milho de 104,135 milhões de toneladas em 2020, com queda de 3% contra 2019 (107,375 milhões de toneladas.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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